quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Feliz 2012!!!!!!!! =]

Feliz Ano Novo!!!


Foto: Ariana da Silva, pôr do sol, Belém do Pará.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dia de Luta Contra o Racismo: 20 de Novembro


Discutir o preconceito sociorracial, a discriminação, o racismo, a segregação social, a desigualdade econômica, as diferenças entre os sexos, as inúmeras formas de orientação sexual, a masculinidade, a feminilidade, as relações de poder que “moldam” comportamentos entre os grupos, os Direitos Humanos, os aspectos psicossociais de “valores” que reproduzem sintomas de apartheid social/sexual/cultural/moral na sociedade, entre tantos outros, são debates enriquecedores que, de fato, regulam a vida em sociedade, que causam verdadeiros “impactos” em diálogos de aproximação com o "Outro" e, principalmente, que pretendem acalorar questionamentos que muitos nem ousam perguntar por “medo” das respostas, mas que, no entanto, são formas inquestionáveis de exercitar a crítica inteligível no espaço educacional, político e humano da vida social.
O dia 20 de Novembro na atualidade é um marco de reflexão sobre as diversas realidades que assolam a discriminação e o preconceito racial no Brasil e que por direito a ter direito, por liberdade política e afirmação social tem uma relevância fundamental para a compreensão da realidade sócio-cultural da nossa sociedade, ainda marcada por um sistema social de relações patriarcais e amplamente paternalistas, mas que caminha a outro patamar, o que equivale a uma "fusão de horizontes" entre tod@s, para que o estigma do racismo seja cessado definitivamente em todos os cantos do país e do mundo.
Direitos Humanos enquanto direitos públicos e privados englobam dimensões que são construídas ao logo do tempo histórico (que é dinâmico, mutável, pós-moderno) que, simbolicamente, resguardam para cada ser humano, a possibilidade de um reconhecimento coletivo da liberdade de ir e vir e da convivência social harmônica, do desenvolvimento de habilidades culturais e da compreensão da realidade social que analisa o mundo como diverso, diversidade que deve envolver a toda a Sociedade e que através de "modelos de conduta", deixam transparecer "efeitos de verdade" com o intuito final de ressignificar histórias pessoais através do olhar reflexivo do combate à violência e da discriminação racial, social, moral, sexual e cultural hoje e sempre.

Viva o 20 de Novembro!



Fotos de Ariana da Silva: Comunidade de Remanescentes Quilombolas África-Laranjituba/Moju/Pará e Reginaldo, criança do local, posando para mim (Agosto de 2011).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Belém das Ilhas: Rio Tucunduba

Em cada lugar que visito, registro imagens que simbolizem os diversos espaços e paisagens que compõem a cidade de Belém, ano 2011.










Fotos: Ariana da Silva. Na sequencia: Entardecer; Pô-pô-pô; Detalhe do "Bar do Maranhão"; Gustavo e o rio; Banho; A Floresta na Balsa; O Rio Tucunduba; Os casquinhos, Porto do Surdo, Curuçambá-Belém.

domingo, 28 de agosto de 2011

Convite: África - Outros Olhares

Convido a tod@s para a exposição fotográfica "Africa: Outros Olhares" que será realizada no dia 30 de Agosto de 2011 no Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), às 19 h em homenagem ao Ano Internacional dos Afrodescendentes. As obras são do fotógrado e pesquisador Prof. Dr. Hilton P. da Silva. A entrada é franca.



A EXPOSIÇÃO VAI DE 30 DE AGOSTO A 10 DE SETEMBRO DE 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

“Estado, Sociedade e Cidadania”


Os temas abordados refletem algumas proposições sobre o “Estado” brasileiro, elemento de organização política do país enquanto autoridade administrativa que tem em seu status quo a gestão democrática que permite a construção de políticas públicas demandadas por movimentos sócio-políticos, via participação social dos mesmos, assim como envolve os temas "Sociedade" e "Cidadania", que estão intrinsecamente atrelados ao Estado de maneira diversa.

O Estado pode ser entendido como um todo político, administrativo, social, ideológico e de relações de poder, sendo gerado por meio de um sistema social abrangente e que envolve sobremaneira e de forma igualitária todos os “cidadãos” e “cidadãs” que compõem a Sociedade brasileira em seu contexto social.

A Sociedade é o conjunto de grupos, instituições, associações, sujeitos políticos, movimentos sociais, regras, normas, gostos, crenças, fatos e fenômenos organizados socialmente e que constituem a instituição que representa em um sentido amplo os sujeitos sociais e políticos que a configuram.

O Cidadão (dã) é o sujeito eminentemente político que foi historicamente constituído por meio de lutas, mobilizações por garantias de diretos tanto trabalhistas como sócio-políticos, jurídicos e administrativos e que, no processo de organização da sociedade, dentro de uma perspectiva do processo histórico de democracia brasileira, é o elemento fundamental, através das mobilizações e ações de reivindicações por demandas sociais, elenca direitos e deveres dos cidadãos e cidadãs do país, direitos políticos garantidos por lei.

Por Cidadania podemos classificar o conjunto de direitos e deveres no qual os indivíduos (homens e mulheres) estão sujeitos em sociedade e que são baseados em liberdades democráticas garantidas por meio de uma construção histórica que data pelo menos desde o século XVIII partindo dos ideais iluministas na bandeira de luta da chamada Revolução Francesa até os dias de hoje, com os devidos ajustes e novas considerações do que vem a ser a cidadania que se quer e da cidadania que ainda temos, ou seja, uma cidadania que buscamos e queremos é uma construção diária de lutas e conquistas para fazer valer a lei consolidada pelo Estado e por seus pares.

As condições de liberdade, igualdade e fraternidade alardeadas pelo contexto histórico da nascente sociedade burguesa e capitalista do século XVIII foram moldadas pela ascensão de uma liberdade formal (não real) que visava à liberdade para os negócios, isto é, para o “mercado capitalista”, sendo que desde o seu surgimento, as condições econômicas distintas geraram garantias também distintas de acesso àquela liberdade, fazendo com que a sociedade burguesa baseada na acumulação contínua de capital especulativo constituísse pelo menos “dois tipos” de cidadãos: os burgueses (hoje os chamados “empresários”) e os proletariados (hoje toda a classe trabalhadora), que ocuparam lugares antagônicos e de classes na formação do Estado Moderno.

A urbanização acelerada durante os séculos XVIII e XIX, a busca por emprego, alimentação e moradia assim como as limitações às reivindicações sindicais e de cidadania, culminaram na elaboração de um movimento sindical organizado na Europa que se expandiu posteriormente também aos países em desenvolvimento.

O sindicalismo do período citado estava baseado em vertentes marxistas, anarquistas e socialistas (et al) e as lutas sociais possibilitaram o processo que conhecemos como Revolução Russa (1917) que, após um período de adaptações político-partidárias, de poder e de consolidação ideológica, literalmente “dividiu” o mundo em duas grandes forças políticas: a Capitalista e a Socialista por um longo período, posteriormente dando início à Guerra Fria (entre EUA – Capitalista e URSS – Socialista) até a “queda do muro de Berlim” em 1989, símbolo da abertura política aos ex-países socialistas que hoje vivem um processo avassalador de mundialização da economia capitalista.

O cenário capitalista marca as apropriações históricas em que a cidadania foi construída politicamente, assim como a prática da liberdade individual e coletiva num mundo cada dia mais globalizado comercialmente.
No Brasil, a constituição do Estado tem uma complexidade que envolve um longo período que vai desde o Brasil Colônia (de 1500, mas particularmente a partir do século XVI) até o advento das ditas “eleições diretas” e o processo de redemocratização do país (1989/90). A chamada “sociedade civil” nasce baseada no “modelo” de Estado Nacional que tem a origem na sociedade brasileira em um poder centralizado, patrimonial e de forte estrutura cartorial.

O regime escravocrata é outro eixo de uma disseminação das relações de poder que contrariam o modelo “democrático” que fica conhecido como “Estado Moderno” e que, todavia, nasce decadente: insiste em estabelecer um entrelaçamento hostil da esfera política e pública com a esfera das relações pessoais e que, desse modo, resultou em privilégios de classes que até hoje tendem a engessar a estrutura social do país por privilegiar uma ínfima parcela da população brasileira, uma pequena elite, desmerecendo e retirando o poder de voto, voz e vez do restante dos “cidadãos/ãs” brasileiros/as que também constituem a sociedade civil organizada.

A Colônia em meados do século XVI explorou a cana-de-açúcar, a mineração, a escravidão. A pobreza tinha raça, etnia, gênero e um lócus social. O Império (1822-1889) estabeleceu através da Lei de Terras de 1850 os títulos de propriedade aos “sesmeiros”, reforçou a escravidão e posteriormente permitiu a imigração européia para o “embranquecimento” do povo brasileiro. O Brasil desdenhou os recém libertados por ter ignorado políticas públicas de inclusão social dos libertos pós “abolição” e o descaso ocasionou inúmeras revoltas populares como a revolta de Malês (Bahia – “Uma Bahia só de Africanos” entre outras resistências como a da Chibata (1910), Canudos etc.

A República (1889-1930) instaurada com a política econômica do café elitizou a educação. O Tenentismo (Coluna Prestes – 1924) e a Semana de Arte Moderna (1922) foram alguns episódios que demarcaram o período histórico do primeiro período republicano até a “Revolução de 1930”, que insere o Brasil na contemporaneidade da Sociedade Capitalista.

Entre 1930 e 1945 com o Governo de Getúlio Vargas o pai se transformou um uma “nação industrial”, publicou a Constituição de 1934 que consolida os ideais democráticos com a inserção do voto secreto, a justiça eleitoral e os direitos políticos e ao voto às mulheres. Após a instalação do período populista é decretado o Golpe Militar que em 1964 cerceou todos os direitos anteriormente conquistados pelos cidadãos/as e perdurou por longos vinte anos. O “milagre econômico” da década de 70, as prisões, torturas, extinção da liberdade de expressão e política massacres e os Atos Institucionais como o AI-5 destruíram a estabilidade democrática.

A retomada da Democracia foi uma dura conquista da sociedade brasileira que com os processos de anistia geral e na luta por liberdade e pelas “Diretas Já!” somadas ao movimento sindical brasileiro finalmente conseguiram fundamentar a dita “Redemocratização” no país que permitiu uma maior participação política e a cidadania ao povo brasileiro com as respectivas experiências democráticas por meio do voto direto para Presidente e outros representantes políticos do então recente inaugurado novo processo democrático: Sarney com o Plano Cruzado e o Congelamento dos Salários, Collor e o Impeachment, Fernando Henrique Cardoso por duas vezes eleito pelo povo acelerou as privatizações de empresas estatais que intensifica o sistema neoliberal no país com índices significativos de rejeição no final do seu governo.

O governo Lula, que também foi reeleito, conseguiu minimamente um desenvolvimento econômico que se aproximou dos anseios da grande massa da população e como consequencia do seu apoio político, a eleição de Dilma Rousseff prevê na atualidade a “continuidade” dessa aproximação com a grande maioria do povo brasileiro, povo que ainda está num árduo caminho de construção da “cidadania que tanto queremos”, qual seja: plural, equitativa, verdadeiramente democrática e que inclua socialmente as populações historicamente vulnerabilizadas social, cultural e economicamente.


Texto: Ariana da Silva
Foto com mulher indígena Asurini (fotógrado desconhecido) no IDEA 2010 e
Foto no "automático" com os alunos e alunas do Ensino Médio do turno da noite, Escola Paulino de Brito: Junho de 2010.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Debate sobre Antropologia, Evolução, Diversidade e Racismo



Convite

Convidamos para próxima atividade do Curso de Extensão
Antropologia e Genética: relações entre campos disciplinares
promovido pelo Programa de Pós-Graduação em
Antropologia (PPGA), a realizar-se dia 06 de junho de 2011,
segunda-feira, às 16h Auditório do IFCH
com debate sobre Antropologia, Evolução, Diversidade e Racismo
sob responsabilidade de Prof. Dr. Hilton P. Silva

Resumo: Há grande incompreensão do público em geral
sobre as relações entre evolução, genética,variabilidade de
nossa espécie, os conceitos associados às diferentes noções
históricas de “raças” humanas e suas implicações na
sociedade contemporânea, notadamente no que diz respeito a
concepções e práticas de racismo e xenofobia. Esta
apresentação visa apresentar e discutir estes temas a luz da
bioantropologia.

IFCH - Debate sobre "Antropologia, Evolução, Diversidade e Racismo"

Realização: 6 de junho de 2011, às 16h, no auditório do IFCH.
Informações: site » http://www3.ufpa.br/multicampi/TempAscom/hilt.pdf

http://www.portal.ufpa.br/imprensa/agenda.php#4983

domingo, 29 de maio de 2011

Seminário Evolução Humana e Nutrição



ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM BIOANTROPOLOGIA
LINHA DE PESQUISA: SOCIOECOLOGIA DA SAÚDE E DA DOENÇA
Mestranda ARIANA K.L.S. da SILVA , Prof. Dr. HILTON P. SILVA

Resumo do seminário:

EVOLUÇÃO HUMANA, ALIMENTAÇÃO & NUTRIÇÃO

O estudo da Evolução Humana busca entender a origem e os processos adaptativos do Homo sapiens, como espécie distinta de outros hominíneos: grandes macacos e seus ancestrais hominóides.
O termo “humano” refere-se ao gênero Homo, que se afastou dos Australopitecos entre 2,3 e 2,4 milhões de anos na África. Os seres humanos possivelmente ramificaram-se de seu ancestral comum com os chimpanzés entre 7 e 5 milhões de anos atrás.
Diversas espécies de Homo evoluíram e hoje estão extintas, elas incluem o Homo erectus/ergaster, que habitou a Ásia/África, e o Homo neanderthalensis, que habitou a Europa.

O que comemos é um aspecto tão importante de nossas vidas que talvez esteja na raiz do que nos fez adotar, há milhões de anos, uma postura bípede e um conjunto de comportamentos culturais tão diversos daqueles observados nos outros primatas. Somos, de fato, o que comemos” (Silva, HP & Reinhard, K, 2007, Ciência Hoje, p. 31).

A coleta de vegetais é inerente às estratégias alimentares... É legítimo postular sua importância... O domínio do fogo oferecerá uma nova gama de recursos potenciais, tornando possível o consumo de plantas que são tóxicas quando cruas, mas comestíveis quando cozidas... O hábito de fazer refeições em comum introduziu a divisão do trabalho no grupo e um complexo nível de organização social” (“História da Alimentação”- Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari- As estratégias alimentares nos tempos pré-históricos- Catherine Perlèsp. 44-45).

A fome instintiva manteve nossos ancestrais vivos em um mundo competitivo que exigia o consumo de grandes quantidades de energia... O tipo glutão pensaria em comida dia e noite. Outro ficaria saciado depois que sua necessidade diária fosse satisfeita... Dos dois, qual teria probabilidade de ser nosso ancestral? (p. 37)
Esse apetite era uma característica que aumentava a capacidade de sobrevivência em nossa programação genética. Hoje é um defeito nessa programação (p. 37).

O que acontece com os animais que gastam energia à toa? Eles morrem... Somos descendentes daqueles seres humanos que foram frugais em suas atividades físicas e carregamos seus genes que procuram conservar energia” (p. 48): "A Culpa É da Genética: Do Sexo ao Dinheiro, Das Drogas à Comida - Dominando nossos instintos primitivos - Terry Burnham e Jay Phelan - Gordura: Favor Não Alimentar os Humanos”.

“Humanos, estranhos primatas. Andamos sobre duas pernas, possuímos cérebros enormes e colonizamos cada canto da Terra. Antropólogos e biólogos procuraram sempre entender como a nossa raça diferenciou-se tão profundamente do modelo primata. Um conjunto de evidências, uma linha em comum: elas são o resultado da seleção natural, atuando para maximizar a qualidade dietética e a eficiência na obtenção de alimentos. Mudanças na oferta de alimentos parecem ter influenciado fortemente nossos ancestrais hominídeos. Assim, em um sentido evolutivo, somos o que comemos” (Leonard, W. 2003. Scientific American Brasil, Jan.)


Outras informações:

http://bioantropologiaufpa.blogspot.com/

http://arianaeducacaooambiental.blogspot.com/

arianabelem@gmail.com

hdasilva@ufpa.br

domingo, 22 de maio de 2011

Palestra Prof. Dr. Mauro Salzano



CONVITE
O Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (ICB/UFPA) apresentará palestra com o Prof. Dr. Mauro Salzano que é um renomado cientista-geneticista brasileiro. Professor Emérito e Colaborador no Departamento de Genética do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do Núcleo Permanente do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular.
O tema da palestra é sobre Racismo e Genética na Atualidade.
Convido a tod@s para o debate.


Dia: 25 de Maio de 2011 (quarta-feira).
Local: Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas - Universidade Federal do Pará (ICB/UFPA).
Horário: 10 h.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Encontro Científico-Cultural: “Museu e Memória, Paisagens na História”



Comemoração do Dia Internacional dos Museus

18 a 20 de Maio de 2011

O Conselho Internacional de Museus (ICOM), em comemoração ao dia internacional dos museus, em 18 de maio, propõe anualmente um tema para reflexão da comunidade acadêmica, agentes públicos e, o público em geral, que trabalham direta e indiretamente com os museus e/ou espaços culturais. O tema de 2011 é sobre a importância dos museus para a história dos povos e das sociedades, expresso na temática “Museu e Memória”.
O Encontro científico-cultural localmente se desdobrará sobre a temática “MUSEU E MEMÓRIA, PAISAGENS NA HISTÓRIA”, organizada conjuntamente entre o Curso de Museologia do Instituto de Ciências da Arte/ICA da Universidade Federal do Pará/UFPA, o Sistema Integrado de Museus e Memoriais da Secretaria de Estado da Cultura - SIM/SECULT e o Museu Paraense Emílio Goeldi/MPEG, como parte do convênio de cooperação técnica, científica e cultural celebrado entre as instituições. O objetivo do evento é de pensarmos coletivamente sobre os museus locais gerenciados pela SECULT- PA, com suas coleções e territórios patrimoniais, também como espaços de produção de conhecimento e em interação com a sociedade.

Programação:

Dia: 18 de maio de 2011(quarta-feira)
Local: Auditório do Museu de Arte Sacra – Igreja de Santo Alexandre
Mesa Redonda e debate (9h às 12 h)
Patrimônio, Paisagem e Memória (Grupos de Pesquisa)
 Prof. Dr. Flávio Leonel Abreu da Silveira: (IFCH/PPGA/UFPA), (Antropologia da Paisagem na Amazônia);
 Prof. Dr. Agenor Sarraf: (ICA/PPGArtes/FAV/UFPA), (Para além dos Muros do Museu).
Mediadora: Profª. MSc. Rosangela Britto: (FAV/ICA - Doutoranda no PPGA/IFCH/UFPA).
Almoço (12 às 13h30h)

Mesas-Redondas e debates (14H ÀS 16H)
Docentes do Curso de Museologia e suas pesquisas no Campo Museológico
MESA 1 – Museologia, Comunicação e Representações/ Museu, Museologia e Ciência – (14 às 16h)
 Profª. MSc. Carmen Silva;
 Prof. MSc. Luiz Tadeu da Costa;
 Profª. Priscila de Jesus;
 Profª. MSc. Sue Anne Costa.
Mediadora: Profª. MSc. Renata Maués, (UNAMA/SECULT-PA).
Coffee-break (16h às 18h20)

MESA 2 – Patrimônio, paisagem e Memória/ Educação Patrimonial, Cultura e identidade (16h20 às 18h20)
 Prof. Dr. Agenor Sarraf;
 Profª. Esp. Idanise Hamoy;
 Profª. Luzia Gomes;
 Profª. MSc. Rosangela Britto;
 Profª. MSc. Socorro Lima.
Mediadora: Profª. MSc. Ana Claudia da Cruz Melo (FAV/ICA/UFPA).

Dia: 19 maio de 2011(quinta-feira)
Local: Auditório do Museu de Arte Sacra – Igreja de Santo Alexandre
Mesa Redonda e debate (09h às 12h)
Entre Histórias e Arte: Patrimônio Artístico, Museus de Arte, Pesquisa das Coleções de Artes Visuais
 Prof. Dr. Afonso Medeiros: FAV/ICA/PPGArtes/UFPA (Coordenador PPGArtes);
 Prof. Dr. Edilson Coêlho: (FAV/ICA/UFPA);
 Profª. Drª. Marisa Mokarzel: (Mestrado em Comunicação/UNAMA);
 Profª. MSc. Renata Maués, (UNAMA/SECULT-PA).
Mediador: Prof. MSc. Luiz Tadeu da Costa: (FAV/ICA/UFPA, Coordenador do Curso de Museologia da UFPA).
Almoço (12 às 13h30h)

Mesa redonda e debate (14h às 16h)
O Sistema Integrado dos Museus de Belém (SIM/SECULT) e suas pesquisas de Coleções.
 Maria de Fátima Cruz (Coordenadora da CDP/SIM/SECULT);
 Anselmo do Amaral Paes (Técnico em Gestão Cultural/ Antropólogo/Pesquisador do SIM/SECULT);
 Dayseane Ferraz da Costa (Técnica em Gestão Cultural/ Historiadora/ Pesquisadora do SIM/SECULT).
 Michelle Menezes de Barros (Técnica em Gestão Cultural/ Historiadora/ Pesquisadora do SIM/SECULT);
Mediadora: Profª. MSc. Sue Anne: (FAV/ICA/UFPA).
Coffee-break (16h às 16h30)

Palestra e debate (16h30 às 17h30)
A coruja de Minerva: O Museu Paraense entre o Império e a República, 1866-1907
 Dr. Nelson Sanjad: (Diretor de Comunicação e Extensão do MPEG).
Lançamento de livro (17h30)
Local: Hall do Museu de Arte sacra – Igreja de Santo Alexandre
 “A coruja de Minerva: O Museu Paraense entre o Império e a República, 1866-1907”, do Dr. Nelson Sanjad.

Dia: 20 de maio (sexta-feira)
Local: Auditório do Museu Goeldi/Parque Zoobotânico (Rocinha)
Palestra “Memória e Esquecimento” (9h às 10h)
 Prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro (UFPA)
Mesa Redonda e Debate (10h30 às 12h)
Memória e Esquecimento
 Profª. MSc. Ana Claudia dos Santos da Silva: (Membro do Conselho Gestor do Ponto de Memória da Terra Firme/IBRAM, Educadora do MPEG);
 Profª Drª. Terezinha Resende (Ecomuseu da Amazônia).
Mediadora: Profª. MSc. Socorro Lima: (FAV/ICA/UFPA).
Almoço (12 às 13h30h)

Conferência de encerramento (14H ÀS 18H)
MUSEU E MEMÓRIA, PAISAGENS NA HISTÓRIA
 Profª. Dra. Heloisa Helena Fernandes Gonçalves da Costa: (UFBA).
Mediador: Prof.Dr. Agenor Sarraf: (FAV/PPGArtes/ICA/UFPA).
Dia: 21 de maio (sábado)
Local: Cotijuba/Ecomuseu da Amazônia
Visita técnica e Workshop “Museu, Cidade e Educação” (9h às 17h)
Profª. Dra. Heloisa Helena Fernandes Gonçalves da Costa: (UFBA).

Inscrições e informações:
e-mail: cursodemuseologiaufpa@gmail.com




Texto da organização do evento.
Fotos: Museu da UFPA retirada do site da UFPA; Exposição de Artesanato Kayapó - Museu Emílio Goeldi, por Ariana da Silva.

domingo, 15 de maio de 2011

Uma Carreira em Antropologia Biológica


O QUE É ANTROPOLOGIA?
Antropologia é um campo científico de estudo com várias divisões. A Antropologia Cultural concentra-se em uma compreensão do modo como as pessoas vivem em diferentes sociedades e culturas ao redor do mundo. Os antropólogos culturais, muitas vezes, realizam estudos de povos cujos costumes são bem diferentes dos seus e tentam explicar as razões para os complexos padrões de comportamento social humano. A Arqueologia está preocupada com a compreensão das sociedades que existiram no passado. Arqueólogos escavam os remanescentes de sociedades que existiram muitos milhares de anos atrás ou os restos das sociedades de tempos recentes. A Antropologia Lingüística estuda a natureza e a bases bioculturais das línguas humanas. A Antropologia Biológica ou Bioantropologia é muito diferente dos outros campos, pois estuda a historia evolutiva humana. Esses estudos podem ser realizados nos restos mortais de pessoas do passado, ou sobre as características biológicas de pessoas vivas. Antropólogos biológicos estão interessados na evolução e nos mecanismos adaptativos humanos.
O que é a Antropologia Biológica?
Antropologia Biológica (anteriormente chamada de antropologia física), é uma mistura interessante de estudos sociais e biológicos. As duas principais áreas-conceitos que mantém a antropologia biológica em conjunto, são a evolução e a variação biossocial humanos. Existem muitos tópicos que podem ser estudados no âmbito dessas duas áreas-conceitos. Para entender como os seres humanos evoluíram de formas anteriores de vida, podemos olhar para nossos parentes mais próximos, os outros primatas. Podemos aprender sobre o comportamento dos primatas, estudá-los na natureza, como Jane Goodall fez com chimpanzés na África, ou estudá-los em pequenas colônias em cativeiro. Estes estudos por primatólogos são particularmente importantes porque muitos primatas estão em perigo, e nosso conhecimento de seu comportamento e meio ambiente pode ajudar a eles e nós a sobreviver no futuro.
Podemos usar as técnicas de arqueologia para descobrir os restos mortais de nossos antepassados desde milhões de anos no passado. As descobertas excitantes da paleoantropologia têm empurrado a ancestralidade humana para cerca de 6 milhões de anos. Louis Leakey mostrou como nossos primeiros ancestrais humanos provavelmente caçavam e buscavam se alimentar no continente Africano muito antes de chegar as Américas ou a Austrália. Embora tenhamos aprendido muito sobre nossos antepassados nas últimas décadas, estamos longe de ter uma imagem clara da nossa história evolutiva, e ainda há muito mais a aprender.
Os conhecimentos bioantropológicos reúnem-se em diversas categorias, que se sobrepõem. Novamente, a evolução e variação biossocial estão subjacentes aos temas em estudos que lidam com a nutrição, crescimento infantil, a saúde nas sociedades, a genética de populações humanas, e de adaptação ao ambiente. Por exemplo, podemos tentar compreender como os esquimós têm sobrevivido no frio severo do Artico utilizando adaptações comportamentais bem como adaptações biológicas. Em outro exemplo, a presença de uma estranha doença nos nativos de Nova Guiné levou à descoberta de uma nova classe de organismos infecciosos, e também deu a seu descobridor, o Dr. Carlton Gajdusek, o Prêmio Nobel.
O que os Bioantropólogos fazem?
A maioria dos antropólogos biológicos ensina e faz pesquisas em universidades, faculdades, ONGs e podem também ensinar em escolas de ensino médio. Em diversos países trabalham para o Estado e diversos órgãos do governo, e ainda na iniciativa privada. Em faculdades e universidades, podem trabalhar nos departamentos de antropologia, anatomia, ciências biológicas, biologia humana, ecologia, educação física, genética, nutrição, zoologia, e em departamentos de escolas médicas, e também em serviços combinados de sociologia e antropologia ou ciências sociais. Aqueles que estudam os primatas são muitas vezes dos departamentos de biologia, psicologia ou nas equipes de jardins zoológicos ou institutos de investigação zoológica. Paleontólogos humanos podem trabalhar em departamentos de paleontologia, arqueologia, geologia ou, ou como membros do pessoal dos museus de história natural, como o Smithsonian Institution, em Washington, DC e no Museu Nacional da UFRJ. Além do ensino e da pesquisa, os antropólogos biológicos podem trabalhar na área legal com a antropologia forense (identificação do esqueleto, de DNA ou impressões digitais) para ajudar as autoridades policiais na resolução de crimes. Existem muitas e variadas oportunidades profissionais para os antropólogos biológicos.

POR QUE a Antropologia Biológica É uma PROFISSÃO emocionante e gratificante?
Uma profissão que é estimulante e gratificante pode tornar a vida de um indivíduo uma experiência extremamente enriquecedora. Várias coisas fazem a vida profissional de antropólogos biológicos emocionante. Há o prazer da investigação científica, com intermináveis perguntas a serem respondidas e descobertas a serem feitas. Há a possibilidade de escrever e comunicar os resultados de sua pesquisa para platéias de todos os tipos e de todas as idades. Embora o ensino seja trabalho duro, é muito gratificante, pois os alunos fornecem uma fonte constante de estimulação. Finalmente, a maioria dos antropólogos biológicos faz a pesquisa no que é chamado de "campo", fora do laboratório convencional. Pesquisas de campo podem ter lugar em lugares distantes como países da América Latina, África, Europa e do Pacífico, ou em hospitais e parques zoológicos, por exemplo - em qualquer lugar que um problema biocultural interessante foi identificado. O "campo" é realmente o mundo todo!
Que oportunidades há para estudar Antropologia Biológica?
O Brasil o único programa de formação em bioantropologia (Mestrado e Doutorado) encontra-se na Universidade Federal do Pará, como uma das áreas de concentração do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, que é aberto a graduados e mestres de qualquer área do conhecimento.

Texto: Prof. Dr. Hilton Pereira da Silva - Programa de Pós Graduação em Antropologia - PPGA/UFPA
Foto: LEBIOS
Contatos e maiores informações através dos e-mails
arianabelem@gmail.com ou bioantropologiaufpa@gmail.com

sábado, 7 de maio de 2011

O Supremo Tribunal Federal e a União Estável Homossexual


O Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, que a união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo constitui entidade familiar, como união estável (Código Civil, art. 1273). Pergunta-se: (1) Qual o significado desta decisão? (2) Qual a repercussão para outras áreas? (3) O STF legislou, atropelando o Congresso Nacional? (4) Quais as conseqüências práticas da decisão?

(1) O significado é inestimável para a consolidação da democracia e dos direitos fundamentais. Afirmaram-se direitos básicos, a todos reconhecidos, como a liberdade sexual, a proibição de discriminação sexual, a privacidade, a intimidade, o respeito à dignidade da pessoa humana, a diversidade e o pluralismo. A afirmação quanto à existência e às conseqüências destes direitos, especialmente na esfera da sexualidade, onde minorias sexuais são discriminadas, deixa claro o dever de respeito e a dignidade constitucional de que são merecedores homossexuais. Isto ainda que eventuais maiorias, por sondagens de opinião ou por representantes eleitos, tentem impor seus preconceitos.

(2) A repercussão se dá em vários campos. A partir do incontestável dever de respeito às minorias sexuais e da relevância dos direitos sexuais, ficam superadas posturas que tentam justificar discriminações no trabalho, na educação, na saúde e nas mais diversas relações sociais. Fica clara a urgência e a necessidade de medidas antidiscriminatórias, como a criminalização da homofobia. Ganha-se certeza sobre muitos temas, como por exemplo a possibilidade de postulação de adoção conjunta por pessoas do mesmo sexo em união estável. Abrem-se caminhos para levar a igualdade mais a sério, inclusive no direito de família, com o reconhecimento do direito ao casamento, como fez a Corte Constitucional da África do Sul.

(3) O STF não legislou. Ele aplicou a própria Constituição, que já protege a todos de discriminação sexual, especialmente aqueles objeto de preconceito. Outros direitos também foram aplicados, especialmente a liberdade sexual e o respeito à dignidade humana. Daí a conclusão de que excluir as uniões homossexuais é restrição indevida, contra a Constituição, deixando claro que o parágrafo 3º do art. 226 da CF/88 não torna a união estável exclusiva para heterossexuais.

(4) As conseqüências são práticas e efetivas. Todos os juízes brasileiros estão vinculados à decisão, não podendo mais rejeitar a união estável pelo fato de serem pessoas do mesmo sexo. Vários direitos daí decorrem, tais como: inclusão em planos de saúde, previdência, associação como dependente em clubes e sociedades, dever de alimentos em caso de necessidade, divisão de bens adquiridos na constância da união, direito à herança, usufruto dos bens do falecido e acompanhamento de parceiro em instituições hospitalares. Sabedores desta posição judicial, os particulares não mais poderão justificar tratamento prejudicial ao prestarem serviços ao público, muito menos sustentar

Para concluir: o STF cumpriu sua missão constitucional de fazer valer os direitos fundamentais de liberdade, de igualdade, de dignidade humana, de privacidade, de intimidade e de proteção às comunidades familiares, afirmando por dez votos a zero que homossexuais podem constituir união estável.

Texto: Roger Raupp Rios. Juiz Federal, Mestre e Doutor em Direito (UFRGS), Professor do Mestrado em Direitos HUmanos (UniRitter), autor de vários livros sobre o tema ("Em Defesa dos Direitos Sexuais", "A Homossexualidade no Direito", "Direito da Antidiscriminação") e prolator da primeira sentença sobre o tema (Justiça Federal de Porto Alegre, 1996).
Fotos: Ariana da Silva - Passeata do Movimento GLBT do Rio de Janeiro na luta pela união estável e em repúdio à violência doméstica. Praia de Copacanana: Agosto/2010.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ciclo de Seminários em Antropologia



Ciclo de Seminários em Antropologia

26
abr Resumo: Perspectivas Várias da Nutrição: Da Antropologia Biológica às Naturezas Mortas

ABRIL:
Dia: 26/04 (terça-feira)
Horário: 16h

Palestrantes: Caroline Fernandes Caromano & Leandro Matthews Cascon - Ênfase em arqueobotânica
Título: A Alimentação na Amazônia Vista a Partir da Ênfase em Arqueobotânica de Macro e Micro Restos Vegetais.

MAIO:
Dia: 03/05 (terça-feira)
Horário: 16h
Palestrantes: Ariana Silva & Hilton Pereira da Silva – Ênfase em Evolução Humana
Titulo: Evolução Humana e os Processos de Nutrição

Dia: 10/05 (terça-feira)
Horário: 16h
Palestrantes: Maura Imazio & Denise Schaan – ênfase em Arqueologia
Título: Imazio, M. Cardápios da Pré-História
Título: Schaan, D. Alimentação e Nutrição na Amazônia Pré-Colombiana

Dia: 13/05 (sexta-feira)
Horário: 16h
Palestrantes: Luzia Gomes Ferreira & Rosângela Marques de Brito – Ênfase em Museologia
Título: Artes Visuais, Museus e Alimentos: a comida como tema da arte e dos museus

Dia: 17/05 (terça-feira)
Horário: 16h
Palestrantes: Elton Vinicius Oliveira de Sousa & Hilton Pereira da Silva – Ênfase em Ecologia Humana
Titulo: Envelhecimento Saudável Frente a Transição Demográfica e Epidemiologica na Amazônia.

Dia: 20/05 (sexta-feira)
Horário: 16h
Palestrantes: Francisca Alves Cardoso – Ênfase em Antropologia Biológica
Titulo: Paleopatologia: Entender a alimentação através dos ossos e dentes

Dia: 27/05 (sexta-feira)
Horário: 16h
Palestrantes: Francisca Alves Cardoso & Flávio Abreu – Ênfase em Primatologia
Título: Alves Cardoso, F. Em volta da Fogueira: Entender o comportamento dos primatas não humanos com base na sua alimentação.
Titulo: Abreu, F. Imaginários Urbanos e Paisagens De Evasão: reflexão acerca das
interações entre humanos e não-humanos

Dia: 31/05 (sexta -feira)
Horário: 16h
Palestrante: Francisca – Seminário de Conclusão.
Título: Perspectivas Várias da Nutrição: Da Antropologia Biológica às Naturezas Mortas.


http://www.ppga-ufpa.com.br/

http://www.ppga-ufpa.com.br/noticia/detalhe/ID/23

sábado, 23 de abril de 2011

Políticas Públicas e Gênero

As Políticas Públicas que discutem "Gênero" são ações afirmativas que desencadeiam uma série de informações, processos, atitudes e mudanças de comportamento que historicamente foram relegadas "à segunda ordem", mas que, entretanto, hoje moldam a paisagem de um movimento que é feito "de mulheres", "para as mulheres", "pelas mulheres" e que formam, desse modo, um "modus operandi" diferenciado, qual seja, o de uma maior sensibilização da sociedade na luta cotidiana pela inclusão da mulher em todos os campos de atuação social quer seja na educação, saúde, sistema jurídico, político, econômico e cultural do país, para que, finalmente, a "igualdade" possa ser uma doce realidade.
A campanha "Quem Ama Não Mata" é um sintoma desse movimento. Um alerta. Uma "bandeira" que deve ser hasteada diuturnamente com o intuito de dirimir os índices de violência doméstica no Brasil e também com o dever de dividirmos informações sobre as "táticas" de combate a maus tratos, assédio moral e físico, ao machismo, ao racismo - institucional e declarado - e a todas as formas de opressão e tolhimento social da liberdade humana.
O exercício da cidadania de cada uma de nós, mulheres, na busca de direitos, especialmente, dos direitos ao acesso à saúde da mulher brasileira e sobre o seu corpo, é um longo caminho que, com alguns resultados iniciais, como: Campanhas de Prevenção do Câncer de Mama e Colo, HIV, Anemia Falciforme, Sífilis, etc., Assistência à Saúde da Mulher nas redes municipais e estaduais, entre outras, podemos considerar que o debate e a crítica social tem um papel fundamental nessas ações, ainda que incipientes, contudo, o "modelo" de assistência precisa de muito trabalho pela frente...
Numa recente pesquisa sobre a Saúde da População Negra no Brasil observei que existem protocolos, manuais, folders educativos, campanhas, livros e ações em saúde para negros e negras no Brasil, mas que as pessoas ainda tem dificuldade de "falar a respeito" de sua "cor", de sua "raça" e de "status quo" imposto socialmente, não por "medo" ou "receio" propriamente dito, mas porque, simplesmente, "nunca se discutiu" ou, quando se discute, os círculos são restritos, ou seja, não abrangentes como em escolas, universidades, comunidades, hospitais, igrejas, trabalho...
O que se quer e o que de fato necessitamos é falar a respeito dessas políticas e atitudes, sobre o racismo à brasileira (Roberto DaMatta), sobre a violência e sobre os processos de humanização que precisam ser implementados de forma eficiente para que as pessoas tenham uma participação política e social como direitos garantidos e discutam Sexo, Sexualidade e Gênero "sem medo de ser feliz"...

Texto: Ariana da Silva.
Foto de Inara Cavalcante: Ariana, D. Raimunda e Joana Carmem, "em campo", no VI Encontro de Mulheres Negras Quilombolas do Estado do Pará, Município de Acará.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Saúde da População Negra


A Saúde da População Negra é um problema de saúde pública que deve ser levado em consideração nos processos de Gestão de Políticas Públicas como um princípio de garantia do direito à vida e a oportunidade de igualdade das ações em saúde que o Estado brasileiro garante por meio do SUS - Sistema Único de Saúde.
O tema deve ter um expoente amplo de discussão para que possamos compreender quais as medidas que o Governo - regional e nacional - tem tomado para que a população que se autodeclara negra tenha acesso diferenciado, eficaz, real, imediato, urgente e participativo sobre os riscos, superação das desigualdades e também informações em saúde que são garantidas por Lei, como a Lei 8080/90 que envolve o SUS e seus princípios de gestão, organização e cobertura em saúde aos cidadãos e cidadãs brasileiras.
A referência à Saúde da População Negra é uma evidência por se tratar de um processo que, além de ser "histórico" é "político", que necessita de "humanização" e de uma participação maior desse grupo para que o empoderamento sobre a saúde seja algo palpável, de maior proximidade e que tenha um retorno preventivo e não apenas curativo, como ainda hoje é a política de saúde do SUS.
A "Saúde para Todos" deve começar com a identificação dos sujeitos para que a abrangência consiga envolver realmente, todos os grupos, por assim dizer.

Texto e Foto: Ariana da Silva

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Racismo e o Sexismo


O racismo e o sexismo na sociedade brasileira são práticas cotidianas que merecem um caminho de debates em sala de aula, no trabalho, nas igrejas ou nas casas de santo, nos sindicatos e em toda a esfera da estrutura social e política de um país que historicamente tem velado as diferenças com o discurso de "igualdade" sem precedentes, esquecendo que o "ser diferente" é a justa medida que equivale ao "compreender" o que está imposto, qual seja, a desigualdade sociorracial.
O Estado brasileiro é o responsável por engendrar as políticas, ações, medidas e atitudes que sejam capazes de gerir ao público, que deseja uma plena cidadania que os mecanismos de inclusão social sejam um fato, conforme o discurso oficial, não apenas enquanto discurso, mas, principalmente, como medidas eficazes que, em primeira e última instâncias, garantam a aplicabilidade de políticas públicas, por assim dizer.
Desse modo, os movimentos sociais em defesa do negro e da negra, do/a indígena, da mulher - branca, negra, mestiça -, dos trabalhadores e cidadãos em geral devem ser ouvidos, assim como participar das ações estatais como sujeitos de suas reivindicações para que uns não sejam "mais iguais do que outros", mas, pelo contrário, que sejamos diferentes enquanto um direito identitário, mas iguais, enquanto um direito político, que é, realmente, de todos e todas.

Texto e Foto: Ariana da Silva - Mulheres/Quilombolas, Acará, Pa.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça


Estabelecer vínculos públicos com os Movimentos Sociais é uma forma de "sair do gabinete" e atuar "na base", em contato direto com as pessoas que fazem as manifestações e reivindicações por garantia de direitos e conhecer o seu "gerenciamento", por assim dizer, é criar a possibilidade de atuar "de corpo presente" nos processos de resistência social e política propriamente dita que almejam a igualdade de direitos jurídicos e sócio-econômicos que são garantidas por Lei, mas que, no entanto, é a partir das etapas da Gestão e de Inclusão de Direitos por meio da Luta Social cotidiana que, certamente, os desejos e ações pela Dignidade Humana serão alcançados coletivamente.
Implementar políticas públicas de caráter "minoritário" ou de "inclusão social" em nosso país é uma tarefa árdua, reticente e de muito esforço coletivo em qualquer instância, especialmente "de cotas", de "mulheres", de "orientação sexual" e assim por diante.
Os movimentos sociais que envolvem negros e negras, quilombolas, mulheres, homossexuais, professores e professoras por melhorias salariais e de infraestrutura, trabalhadores rurais e urbanos, ambientalistas, estudantes e demais segmentos costumam enfrentar os ditos "boicotes" de implementação de suas políticas caso não estejam, por exemplo, atrelados a alguns "partidos políticos", caso não façam "lobby" em "centros de excelência" das demandas sociais (legislativo/administrativo), caso não participem das "relações de poder" de determinadas Secretarias, Coordenadorias ou Ministérios, ou mesmo, sofrem impedimentos jurídicos, econômicos, sociais e de poder, propriamente ditos por simplesmente constituírem o "estereótipo" de "movimentos sociais" de cunho pejorativo e antidemocrático, por assim dizer.
No entanto, políticas públicas educacionais, que atualmente nos possibilitam "discutir" fatores sociais, simbólicos, de poder e institucionais, como as questões sobre "raça", "racismo" e "discriminação", servem como instrumentos de ação no combate a todo tipo de "preconceito" a que estão historicamente em conflito e resistência as chamadas "minorias".
A educação, a pesquisa, o diálogo e a capacidade de ver o "diferente" como "normal", "igual", o "Outro" e "estranhar" o seu semelhante no sentido antropológico do termo, é um caminho longo e terno de constituirmos uma participação social eficaz, atuante, "politicamente correta" e que consiga discutir em "pé de igualdade" aos desmandos de um processo histórico que ainda está em construção...

Foto e Texto: Ariana da Silva.
Cartaz: Curso Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça (Google)

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional de Luta da Mulher



No dia internacional de luta das mulheres de um mundo tão diversificado, quero saudar a todas nós, mulheres trabalhadoras.
Trabalhadoras e estudantes.
Trabalhadoras e donas de casa.
Trabalhadoras e mães, avós, tias, madrinhas, irmãs, cunhadas, amigas, agregadas, casadas, solteiras, separadas, divorciadas, concubinas, livres, leves e soltas...
Trabalhadoras e pós graduandas.
Trabalhadoras e chefes de família.
Trabalhadoras e sambistas.
Trabalhadoras e camaradas.
Trabalhadoras e lutadoras.
Trabalhadoras e sonhadoras.
Trabalhadoras e pés no chão.
Trabalhadoras e donas de si.
Trabalhadoras-professoras.
Trabalhadoras e indígenas, amazônidas, quilombolas, urbanas, rurais, pescadoras...
Trabalhadoras e Paraenses, papas-chibé, mulheres "pai dégua"...
Trabalhadoras e Belenenses.
Trabalhadoras e Brasileiras.
A todas nós, MULHERES, um dia para ser lembrado de todos os dias em que nosso amor, suor, lágrimas, sorrisos, força de trabalho e alegria contribuem para que esse país inclua socialmente a quem historicamente esteve excluído. A todas nós, MULHERES, que em nosso cotidiano social, religioso, sexual, ambiental, evolutivo, educacional e de saúde nos tornamos importantes e cada vez mais conquistamos direitos e dignidade, um EXCELENTE DIA, hoje e sempre...
Saudações femininas-feministas!
Abraços!
Ariana da Silva =]


Fotos de Ariana da Silva: Encontro de Mulheres Quilombolas (Acará-Pa); Arrastão do Arraial do Pavulagem (Av. Presidente Vargas); Semana Indígena 2010, Forte do Castelo, Mulheres do Povo Tembé - Pará.

domingo, 6 de março de 2011

Bioantropologia X Antropologia Física: Algumas Diferenças Históricas



A diferença entre a Antropologia Biológica/Bioantropologia e a Antropologia Física está na constituição histórica e metodológica em relação à Antropologia atual. Ainda no século XVIII, o estudo da antropologia esteve baseado em análises morfológicas (antropometria, de medição de corpos humanos) de populações em geral e a característica que predominava no período moldava-se a partir da fisiologia humana, da compreensão compartimentada do Homem (do ser humano), sem a análise do contexto social e do homem inserido em sua cultura. Esse método de abordagem da morfologia humana ficou conhecido como “determinismo biológico”, especialmente em nossa contemporaneidade, com os processos de “eugenia” do século XX, com a conceituação das “raças humanas” que seriam superiores umas às outras, onde a “raça negra” tenderia a sofrer as conseqüências econômicas, sociais, morais, intelectuais e humanas (com a “desumanização dos negros”) em relação à “raça branca”. Particularmente com o avanço do sistema capitalista de produção e períodos de pós-guerra mundiais, os estudos de antropologia física sofreram deturpação substancial sobre os estudos do Homo sapiens sapiens, todavia, o ser humano enquanto um ser biocultural é o “conceito” ou a análise atualmente defendida pela Bioantropologia em sua constituição holística da realidade social humana.
A antropologia biológica compreende o ser humano como uma criatura que, ao mesmo tempo em que passou por períodos de sagas evolutivas há pelo menos sete milhões de anos, esteve em consonância com processos históricos e culturais e que, passando por períodos de adaptação, que começa com o bipedalismo, atravessa a constituição de cérebro grande e complexo, a construção de ferramentas líticas, a descoberta do fogo, a refletância da cor da pele através de migrações partindo de África, a constituição da arte rupestre e, finalmente, a articulação da linguagem humana, até a formação da sociedade complexa de hoje, com novas adaptações climáticas, comportamentais, nutricionais, culturais e evolutivas, processo em constante estado de mudanças e transformações e que tem implicações diversas para a antropologia de maneira ampla.
A Antropologia Biológica ou Bioantropologia é uma ciência que estuda o comportamento humano em seu aspecto geral: estuda os processos evolutivos propriamente ditos, analisando cada período de adaptações ao longo das modificações ambientais do planeta como um todo, particularmente as transformações climáticas e nutricionais, procura compreender a variabilidade das espécies e os estágios de evolução do Homo sapiens sapiens até a constituição de uma anatomia moderna, assim como analisa as relações humanas de saúde e doença, evolução cultural, constituições genéticas, vestígios fósseis e forenses, primatologia, ecologia humana, entre outros.
A implicação da Bioantropologia no contexto mais geral da Antropologia enquanto ciência é a busca da compreensão do homem como um todo, como um ser que faz parte de um sistema complexo que, além de ser social, é biológico, que além de ser anatômico é cultural, que além de ser genético, é humano. A análise da Bioantropologia procura compreender as inúmeras realidades sociais contextualizadas com o ambiente, o meio, a economia, a nutrição de populações (ou dificuldades nutricionais por causa, entre outros fatores, da exclusão social), os processos sócio-ecológicos (da Amazônia e do Brasil), como também procura analisar os aspectos bioculturais do Homem em sociedade, como as relações entre doença e pobreza, entre epidemiologia e mudança comportamental, entre saúde e sociedade, entre endemias e processos culturais (como o HIV, Anemia Falciforme, Pressão Alta, etc.) e os processos de intolerância social com o “Outro”, que é diferente enquanto grupo, porém, igual enquanto ser humano em todos os processos citados anteriormente.
A compreensão da sociedade humana precisa ser realizada a partir de um contexto geral (holístico), que envolve a biologia, a cultura, o comportamento social, hábitos, tradições, ritos, mitos, mudanças físicas e sociais (evoluções), arqueologia, arte, linguagem, gostos, relações de poder, exclusão social, saúde e doença e tantas outras categorias de análise que constituem as áreas de interesse da Antropologia nos quatro campos, por assim dizer.

Texto de Ariana da Silva - Disciplina do Programa de Pós Graduação em Antropologia - PPGA/UFPA: História do Pensamento Antropológico, Dezembro/2010.
Foto feita por Ariana da Silva - Reconstituição facial do fóssil mais antigo das Américas, Luzia, a "primeira brasileira", Museu Nacional do Rio de Janeiro, RJ.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Retrato Molecular do Brasil no Contexto Histórico


Estudo genético com DNA de brasileiros brancos revela que a esmagadora maioria das linhagens paternas da população branca do país veio da Europa, mas que, surpreendentemente, 60% das linhagens maternas são ameríndias ou africanas.
Amostras de DNA da população do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil foram estudadas com dois marcadores moleculares de linhagens genealógicas: o cromossomo Y para estabelecer linhagens paternas (patrilinhagens) e o DNA mitocondrial para estabelecer linhagens maternas (matrilinhagens).
Comparações com estudos realizados em populações de outros países permitiram estabelecer a origem geográfica da vasta maioria dessas linhagens genealógicas.
Patrilinhagens em brasileiros brancos:
Estudo filogeográfico de brasileiros brancos permite deduzir que a imensa maioria das linhagens de cromossomo Y do país é de origem européia, mais especificamente portuguesa (como revela a semelhança com dados referentes a 93 portugueses, obtidos em colaboração com o geneticista Jorge Rocha, da Universidade do Porto).
Chama atenção a contribuição mínima de cromossomos Y vindos da África sub-saariana (haplogrupo 8, com 2% do total) e ameríndios (haplogrupo 18, nenhum).
Em contraste, os cromossomos Y europeus (haplogrupo 1) estão presentes na grande maioria (57%) dos brasileiros. Tal participação aumenta quando se admite que o haplogrupo 2 (19% da amostra) tem sua principal origem na Europa.
Da comparação das regiões do Brasil: a maior proporção do haplogrupo 2 ocorre no Sul (28%), onde foi importante a imigração de alemães e outros europeus, e a segunda no Nordeste (19%), palco da invasão holandesa.
Mesmo existindo outras contribuições (do Oriente Médio, por exemplo), a Europa é também a origem mais provável do excesso de haplogrupo 2. Assim, no mínimo 66% e no máximo 85% (este talvez mais próximo da verdade) dos cromossomos Y em brancos brasileiros vieram da Europa.
Também é alta a proporção em brasileiros (14%) e portugueses (12%) do haplogrupo 21, encontrado basicamente no norte da África e, em menor proporção, em áreas mediterrâneas. Sua alta freqüência em brasileiros deve-se então aos portugueses, pois não há registros sobre a vinda para o Brasil de números significativos de escravos do norte da África (o que é reforçado pela baixa proporção de linhagens de DNA mitocondrial do norte africano encontrada em nossos estudos).
Matrilinhagens em brasileiros brancos:
A diversidade de DNAs mitocondriais também foi muito grande em brasileiros brancos: 171 haplótipos distintos em 247 indivíduos.
Ao contrário do revelado pelo estudo do cromossomo Y (ampla maioria de haplogrupos europeus), os DNA mitocondriais tiveram, para todo o Brasil, uma distribuição de origens geográficas bem mais uniforme: 33% de linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de européias.
Entre as linhagens européias, destacam-se os haplogrupos H, T e J, sendo responsáveis respectivamente por 44%, 14% e 10% do total dessas linhagens.
Como os ameríndios vieram da Ásia, o DNA mitocondrial não os diferencia dos asiáticos. Assim, assumimos que todas as linhagens asiáticas obtidas (haplogrupos A, B, C e D) eram ameríndias.
A grande diversidade de haplogrupos africanos é compatível com o fato de que os escravos foram trazidos para o Brasil de muitas áreas (principalmente do oeste africano, mas também de Moçambique, no leste).
O fato de encontrarmos 33% de matrilinhagens autóctones permite-nos calcular que em torno de 45 milhões de brasileiros possuem DNA mitocondrial originário de ameríndios.
Em outras palavras, embora desde 1500 o número de nativos no Brasil tenha se reduzido a 10% do original (de cerca de 3,5 milhões para 325 mil), o número de pessoas com DNA mitocondrial ameríndio aumentou mais de 10 vezes.
Portanto, a imensa maioria das patrilinhagens é européia, enquanto a maioria das matrilinhagens (cerca de 60%) é ameríndia ou africana. Os resultados combinam com o que se sabe sobre o povoamento pós-cabralino do Brasil.
A partir da metade do século 19, o Brasil recebeu enormes levas de novos imigrantes, destacando-se portugueses e italianos, seguidos de espanhóis, alemães, japoneses e sírio-libaneses.
Entre 1872 e 1890, por exemplo, a população de brancos brasileiros aumentou em 12,5 milhões (figura 14). Embora muitos imigrantes tenham vindo com suas famílias (em especial os alemães), havia um excesso significativo de homens em outros grupos.
Como os imigrantes eram em geral pobres, casavam-se com mulheres também pobres, o que no Brasil significava mulheres de pele escura (por causa da correlação entre cor da pele e classe social).
Vários autores, dentre os quais despontam os já mencionados Prado, Freyre, Holanda e Ribeiro enfatizaram a natureza triíbrida da população brasileira, a partir dos ameríndios, europeus e africanos.
Os dados dão respaldo científico a essa noção e acrescentam um importante detalhe: a contribuição européia foi basicamente através de homens e a ameríndia e africana foi principalmente através de mulheres.
A presença de 60% de matrilinhagens ameríndias e africanas em brasileiros
brancos é inesperadamente alta e, por isso, tem grande relevância social.
O Brasil não é uma democracia racial, porém se os brancos brasileiros que têm DNA mitocondrial ameríndio ou africano se conscientizassem disso valorizariam mais a exuberante diversidade genética do nosso povo e, quem sabe, construiriam no século 21uma sociedade mais justa e harmônica.
NÃO EXISTEM RAÇAS!
A razão pela qual ‘raça’ está entre aspas no texto é que, embora o IBGE ainda use o termo, ele é mais uma construção social e cultural do que biológica.
Do ponto de vista genético, não existem raças humanas.
O homem moderno distribuiu-se geograficamente e desenvolveu características físicas, incluindo cor da pele, por adaptação ao ambiente de cada nicho geográfico.
Geneticamente, no entanto, não houve diversificação suficiente entre esses grupos geográficos para caracterizar raças em um sentido biológico, como mostrou recentemente o geneticista americano Alan Templeton.
Como podemos nos referir a certos grupos, como os indígenas brasileiros?
Uma nomenclatura que tem sido crescentemente usada é a de ‘etnias’, que deveriam ser definidas (de modo muito amplo) como grupos populacionais que têm características físicas ou culturais em comum.
Bibliografia resumida:
PENA, Sérgio D. J.; CARVALHO-SILVA, Denise R.; ALVES-SILVA, Juliana, PRADO, Vânia F. Retrato Molecular do Brasil. Ciência Hoje, vol. 27, n. 159.
Imagens: Ariana da Silva (Indígena Asurini e Criança Quilombola - Pará).

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

População Afro-Descendente na Amazônia


Historicamente a Amazônia é um ambiente ocupado e caracterizado por um rico legado de contatos humanos que estão dispostos através de culturas diversificadas, sincretismos religiosos, formação de territórios, populações indígenas, rurais, caboclas, negras, ribeirinhas e etc. e, especialmente, por seu ecossistema infinitamente variado, marcado por conflitos e por variados processos de resistência (LOUREIRO, 2001) que configuram o universo sócio-cultural e político-econômico da Região, hoje internacionalizada (BENTES, 2005).
O longo período de colonização iniciado com o trabalho escravo desde meados do século XVI e que perdurou até a Abolição (1888) demarcou profundamente as relações sociais, étnicas, culturais e de identidade brasileiras, sendo que, na Amazônia, no que concerne à população negra, podemos apontar como uma de suas “marcas” de resistência a criação de “acampamento na floresta”, o Quilombo, que “é uma palavra das línguas congo-angolanas (...) e que, no Brasil (...) foi a denominação dada ao refúgio que os escravos fugidos organizavam na mata”. (BENJAMIN, 2006, p. 126). Hoje, os “acampamentos” do início do período de exploração econômica da Amazônia, são conhecidos como “terra-de-preto”, “quilombos” ou “mocambos” e que são os “segmentos da população brasileira marcados pela resistência, organização, vivência comunitária, isolamento e conservação de suas tradições” (idem, p. 136).
Provavelmente os primeiros quilombos da Região Amazônica foram constituídos no Estado do Maranhão, localizados mais precisamente no sertão de Turiaçu em 1701. No Pará a formação dos mocambos iniciou-se em 1788: um no igarapé do Una, nas proximidades de Belém, próximo a Benfica e outro, considerado o mais importante, na Ilha do Marajó (missões religiosas), em Cachoeira. Desde a época de formação dos primeiros quilombos até o presente momento, muitas comunidades foram extintas. Entre as que resistiram, algumas sofreram o processo de miscigenação e outras permaneceram em relativo grau de isolamento, preservando, em parte, suas identidades biológica e cultural, atualmente denominados de afro-brasileiros ou afro-descendentes (VERGOLINO-HENRY & FIGUEIREDO, 1990).
Os aspectos ambientais e a organização social da Amazônia precisam ser compreendidos e respeitados pelo Estado, pela Sociedade Civil, pelas ONG’s e interpretados pela Academia, fortalecendo a percepção da necessidade de “proteção de saberes” das populações e da cultura diversificada da Floresta Amazônica, que são medidas urgentes de perpetuação das espécies: fauna, flora e da natureza humana de um modo geral. Através do estranhamento: percepção, apreensão e compreensão da sustentabilidade vivenciada pelos povos tradicionais da Região Amazônica, fatores intrínsecos à sobrevivência não apenas da biodiversidade, como também da cultura milenar de populações que chegaram muito antes de nós em solo nacional, como os indígenas, que merecem plenos direitos e reconhecimentos sobre a floresta, sobre o lugar – no sentido de pertencimento –, e devemos estabelecer medidas de alargamento social sobre as memórias que demarcam a sua identidade e etnicidade características.
Existe um processo de complexidade que envolve as populações amazônicas, que possuem organização social, cultura e idéias peculiares sobre o meio ambiente. As práticas sociais cotidianas das comunidades quilombolas, que, entre outros aspectos, são formas de resistência social em busca da consolidação de sua identidade étnica e de ações públicas para o fortalecimento de suas lutas por demarcação de terras, espaço para a produtividade, saúde de seus moradores, garantias sociais como escola, água potável, escoamento da produção agrícola, incentivos fiscais e demais necessidades sócio-econômicas que garantam a sobrevivência das famílias em questão, são algumas nuances que contribuem para a consolidação de seus meios de resistir social e politicamente contra as formas de segregação e opressão a que foram historicamente submetidos.
Nesse sentido, as diversas categorias que interpretem a sociedade, seus caminhos de sustentabilidade, seus mitos (DIEGUES, 1994) e o processo constante de desenvolvimento econômico na alarmada mundialização do capital (MELLO, 2001), que através da ideologia (CHAUÍ, 1984), reproduz – ou não – os costumes culturais, tradições e saberes sociais das populações negras tradicionais devem ser caminhos que poderemos percorrer a fim de contextualizar os aspectos gerais dos Amazônidas.
A partir desse território de complexidade (MORIN, 1999), a utilização das categorias de viés antropológico de olhar, ouvir e escrever (OLIVEIRA, R. 2000, p. 17-35) para compreensão do cotidiano sócio-cultural dos sujeitos sociais classificados como remanescentes de quilombos, delimitam a regulação e identificam os grupos de pertença, tornando-se, assim, factual estabelecer, através dos aspectos etnográficos (MAUSS, 1979; 1993; PEIRANO, 2005) da população afro-descendente, um processo de reconhecimento de valores, situações históricas, práticas culturais, visões de mundo contextualizadas e outros aspectos de pertencimento que compõem o lugar de convivência entre o homem, a natureza e sua cultura local.


Fotos e Texto: Ariana da Silva(*)
"Crianças" e "Grafite" da Comunidade Quilombola de Itacuã-Mirim, Pará.

Bibliografia:
BENTES, Rosineide. A intervenção do ambientalismo internacional na Amazônia. Estudos Avançados, 19 [54]: 2005.
BENJAMIN, Roberto. A África está em nós. João Pessoa, PB. Grafiset, 2006.
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Coleção Primeiros Passos).
DIEGUES, A. C. S. Os mitos bio-antropomórficos, os neo-mitos e o mundo atual. In: O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: NUPAUB/USP, 1994.
LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Estado, bandidos e heróis: utopia e luta na Amazônia. Belém. Cejup, 2ª Ed. 2001.
MAUSS, Marcel. Manual de etnografia. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
______. Antropologia: o ofício do etnógrafo, método sociológico (1902). São Paulo: Ática, 1979.
MORIN, Edgar. O pensar complexo: Edgar Morin e a crise da modernidade. Rio de Janeiro: Garamond, 1999.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O trabalho do antropólogo. São Paulo: Paralelo; UNESP, 2000.
VERGOLINO-HENRY & FIGUEIREDO. Presença africana na Amazônia. Museu Emília Goeldi, 1990.

(*)Bacharel e Licenciada Plena em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Especialista em Sociologia e Educação Ambiental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Docente da Rede Pública de Ensino do Estado do Pará, Docente Credenciada da Escola Técnica do SUS – ETSUS/Regional Pará, Aperfeiçoada em Gênero e Diversidade na Escola (UFPA) e Mestranda em Bioantropologia pelo Programa de Pós Graduação em Antropologia – PPGA – 2010 (UFPA).

domingo, 16 de janeiro de 2011

O Homem de Neandertal - "Enigmas e Curiosidades"


O Homem de Neandertal:
Ocupou a Europa e parte da Ásia há 150.000 anos vivendo até cerca de 30.000 anos (período de sua extinção);
Provavelmente conviveu em paralelo com os seres humanos anatomicamente modernos durante todo o Paleolítico Médio Europeu;
Os fósseis encontrados na gruta de Feldhofer, no Vale de Neander, Alemanha, com características singulares (morfologia) despertou dificuldades quanto à sua classificação: somos parentes ou não?
O nome Neandertal está relacionado à palavra alemã “Thal” que significa “Vale” e “Neander”, nome do vale Alemão.
O aspecto robusto: interpretações animalescas de comportamento, rendeu a idéia de “Homem das Cavernas”;
O espécie compartilha ou não ancestralidade com a espécie humana de hoje, com possível hibridismo (misturas genéticas) do Neandertal com o Homo sapiens arcaico (Cro-Magnon)?
Modo de vida:
Os Neandertais viviam em grutas e cabanas (construídas com ossos de mamute e pele de animais);
Alimentavam-se de carne de renas, mamutes, veados e ursos das cavernas.
Eram caçadores e coletores e provavelmente nômades.
Foram os primeiros a enterrar os mortos, contradizendo as especulações de espécie “rude”; os membros do grupo eram enterrados em posição fetal, evidência de simbologia com possível significação espiritual de vida e morte.
Fabricação de Ferramentas:
A Indústria Mousteriense foi a que caracterizou a produção de artefatos do Homem de Neandertal no Paleolítico Médio;
Os artefatos eram raspadeiras, denticulados, bifaces elaborados, pontas, facas de dorso, raspadores e furadores, a maioria com lascamento do Método Levallois: a obtenção de lascas predeterminadas com adequada preparação do núcleo;
A técnica Chatelperronense deu lugar à Mousteriense (transição).
Anatomia:
O frio europeu determinou a adaptação do tipo físico do Neandertal:
Estatura baixa, pernas curtas e arqueadas, bípede, crânio baixo, achatado e protuberante (atrás), rosto largo e projetado para frente, dentes grandes, sem queixo, arcada supraciliar desenvolvida, seios nasais alargados e destro, com ampla desenvoltura manual;
O crânio variava entre 1300 e 1600 cm³, a altura entre 1,69 e 1,60 m e peso de 65 e 50 kg para homens e mulheres, respectivamente.
Genética:
A diferença genética entre o Homem de Neandertal e o Homem Moderno é muito ampla.
A evidência foi realizada a partir de estudos de DNA Mitocondrial que indicam que o homem do Vale de Neander não pertence à linhagem humana.
(?)
Extinção:
O desaparecimento do Homem de Neandertal é um enigma. As Hipóteses mais defendidas são:
O confronto com o homem moderno que veio da África há 40.000 anos;
O Hibridismo, com a absorção dos Neandertais entre os descendentes do Homem Moderno (Menino do Lapedo, Portugal, exemplo da possível descendência através de mistura genética);
Simples extinção por seleção natural com o sucesso reprodutivo do Cro-Magnon.

Bibliografia:
CARVALHO, José. “O Homem de Neandertal: Enigmas e Curiosidades”. Centro Português de Geo-História e Pré-História. Edições Colibri. Montijo. pp.49-56.2004.
LEWIN, Roger. “O Enigma dos Neandertais”. In Evolução Humana. Atheneu, São Paulo, 1999, p. 365-884.
Imagens: Google.

Resumo: Ariana da Silva

sábado, 15 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo!!!! =]



Foto: Ariana da Silva - Um dia de Mormaço...