domingo, 28 de março de 2010

Amazônia e Diversidade



DIVERSIDADE ÉTNICA

O espaço do Blog Ariana Belém Ambiental abre lugar para discussões a respeito das categorias "Gênero" e "Diversidade" a fim de discutir assuntos relacionados à convivência social entre homens e mulheres de sociedades e culturas diversificadas com a intenção de debater temáticas como Diversidade, Cultura, Etnicidade, Identidade, Gênero, Preconceito, Homofobia, Estigma, entre outros.
Abaixo segue um texto escrito durante o Curso de Aperfeiçoamento em Gênero e Diversidade na Escola, UFPA/2009-2010, que analisa a questão da Diversidade Étnica.

O Brasil é um país com uma diversidade ímpar e que demarca a sua riqueza cultural em todos os sentidos: étnica, racial, tradições regionais e nacionais, folclore, musicalidade, arte, capoeira, culinária, Amazônia, quilombolas, indígenas, caboclos, ribeirinhos, posseiros, sem-terra, trabalhadores rurais, pescadores, urbanização, preservação, desmatamento, fauna, flora, natureza, cidade-grande, vilarejos, morros, favelas, baixadas, elites concentrando poder, desigualdade, esperança em um país melhor, menos injusto...
O cenário da Educação num país de rosto tão diverso ainda caminha em processo de consolidação da tão aclamada e querida "multidiversidade cultural" e que precisa ser colocada em prática, no dia-a-dia em sala de aula, nos livros didáticos, nas variadas mídias e, especialmente, na sensibilização de professores e alunos das Redes Pública e Privada, a afim de desconstruir "valores" racistas e que cotidianamente continua matando jovens negros, pobres e sem acesso à informação, levando milhares de adolescentes à margem da sociedade, que é tão excludente.
A discussão das relações étnico-raciais de combate ao preconceito e a qualquer tipo de discriminação é uma construção diária, constante, ininterrupta e que deve ser abordada. Precisamos falar sobre o negro e as atitudes racistas, sobre o índio e os processos de estigmatização de "indolência" e "tutela" a que são acometidos, sobre a mulher e o salário desigual, sobre trabalhadores sem-terra e a reforma agrária, sobre os heróis nacionais como Zumbi, Antonio Conselheiro, Chico Mendes, Marçal Guarani, Marias, Josés e tantos outros que modificaram o pensamento e as vidas de milhares de brasileiros e que hoje estão "esquecidos" no imaginário popular porque, simplesmente, não se fala neles. O motivo? São pessoas do povo e enquanto povo, devem ser aclamados e exaltados como símbolos da identidade nacional de nossa "brava gente" que resistiu e ainda resiste a todo tipo de exclusão social a que são submetidos pelos entraves do sistema capitalista de produção, mas que, por sua representação social, merecem destaque em discussões acaloradas em sala de aula, principalmente, por sua importância histórica, mesmo que os "donos do poder", como diria Raymundo Faoro, façam questão de colocá-los na memória do esquecimento.
O aprendizado e o arcabouço teórico do curriculo escolar, por assim dizer, deve ser constituído das histórias verdadeiras do povo brasileiro e a tarefa de cada um de nós, educadoras e educadores, é buscar, pesquisar, apreender novas fontes de conhecimento e socializar informações que sejam capazes de suscitar a crítica social, pois o racismo, o preconceito e a discriminação serão colocados em "xeque" se os questionamentos forem levantados e, a partir da Escola, consigamos contribuir para um presente e um futuro menos desigual, logo, mais justo socialmente.

Ariana da Silva - Socióloga - Curso de Aperfeiçoamento em Gênero e Diversidade na Escola - UFPA/2009-2010.

Nenhum comentário: