domingo, 15 de maio de 2011

Uma Carreira em Antropologia Biológica


O QUE É ANTROPOLOGIA?
Antropologia é um campo científico de estudo com várias divisões. A Antropologia Cultural concentra-se em uma compreensão do modo como as pessoas vivem em diferentes sociedades e culturas ao redor do mundo. Os antropólogos culturais, muitas vezes, realizam estudos de povos cujos costumes são bem diferentes dos seus e tentam explicar as razões para os complexos padrões de comportamento social humano. A Arqueologia está preocupada com a compreensão das sociedades que existiram no passado. Arqueólogos escavam os remanescentes de sociedades que existiram muitos milhares de anos atrás ou os restos das sociedades de tempos recentes. A Antropologia Lingüística estuda a natureza e a bases bioculturais das línguas humanas. A Antropologia Biológica ou Bioantropologia é muito diferente dos outros campos, pois estuda a historia evolutiva humana. Esses estudos podem ser realizados nos restos mortais de pessoas do passado, ou sobre as características biológicas de pessoas vivas. Antropólogos biológicos estão interessados na evolução e nos mecanismos adaptativos humanos.
O que é a Antropologia Biológica?
Antropologia Biológica (anteriormente chamada de antropologia física), é uma mistura interessante de estudos sociais e biológicos. As duas principais áreas-conceitos que mantém a antropologia biológica em conjunto, são a evolução e a variação biossocial humanos. Existem muitos tópicos que podem ser estudados no âmbito dessas duas áreas-conceitos. Para entender como os seres humanos evoluíram de formas anteriores de vida, podemos olhar para nossos parentes mais próximos, os outros primatas. Podemos aprender sobre o comportamento dos primatas, estudá-los na natureza, como Jane Goodall fez com chimpanzés na África, ou estudá-los em pequenas colônias em cativeiro. Estes estudos por primatólogos são particularmente importantes porque muitos primatas estão em perigo, e nosso conhecimento de seu comportamento e meio ambiente pode ajudar a eles e nós a sobreviver no futuro.
Podemos usar as técnicas de arqueologia para descobrir os restos mortais de nossos antepassados desde milhões de anos no passado. As descobertas excitantes da paleoantropologia têm empurrado a ancestralidade humana para cerca de 6 milhões de anos. Louis Leakey mostrou como nossos primeiros ancestrais humanos provavelmente caçavam e buscavam se alimentar no continente Africano muito antes de chegar as Américas ou a Austrália. Embora tenhamos aprendido muito sobre nossos antepassados nas últimas décadas, estamos longe de ter uma imagem clara da nossa história evolutiva, e ainda há muito mais a aprender.
Os conhecimentos bioantropológicos reúnem-se em diversas categorias, que se sobrepõem. Novamente, a evolução e variação biossocial estão subjacentes aos temas em estudos que lidam com a nutrição, crescimento infantil, a saúde nas sociedades, a genética de populações humanas, e de adaptação ao ambiente. Por exemplo, podemos tentar compreender como os esquimós têm sobrevivido no frio severo do Artico utilizando adaptações comportamentais bem como adaptações biológicas. Em outro exemplo, a presença de uma estranha doença nos nativos de Nova Guiné levou à descoberta de uma nova classe de organismos infecciosos, e também deu a seu descobridor, o Dr. Carlton Gajdusek, o Prêmio Nobel.
O que os Bioantropólogos fazem?
A maioria dos antropólogos biológicos ensina e faz pesquisas em universidades, faculdades, ONGs e podem também ensinar em escolas de ensino médio. Em diversos países trabalham para o Estado e diversos órgãos do governo, e ainda na iniciativa privada. Em faculdades e universidades, podem trabalhar nos departamentos de antropologia, anatomia, ciências biológicas, biologia humana, ecologia, educação física, genética, nutrição, zoologia, e em departamentos de escolas médicas, e também em serviços combinados de sociologia e antropologia ou ciências sociais. Aqueles que estudam os primatas são muitas vezes dos departamentos de biologia, psicologia ou nas equipes de jardins zoológicos ou institutos de investigação zoológica. Paleontólogos humanos podem trabalhar em departamentos de paleontologia, arqueologia, geologia ou, ou como membros do pessoal dos museus de história natural, como o Smithsonian Institution, em Washington, DC e no Museu Nacional da UFRJ. Além do ensino e da pesquisa, os antropólogos biológicos podem trabalhar na área legal com a antropologia forense (identificação do esqueleto, de DNA ou impressões digitais) para ajudar as autoridades policiais na resolução de crimes. Existem muitas e variadas oportunidades profissionais para os antropólogos biológicos.

POR QUE a Antropologia Biológica É uma PROFISSÃO emocionante e gratificante?
Uma profissão que é estimulante e gratificante pode tornar a vida de um indivíduo uma experiência extremamente enriquecedora. Várias coisas fazem a vida profissional de antropólogos biológicos emocionante. Há o prazer da investigação científica, com intermináveis perguntas a serem respondidas e descobertas a serem feitas. Há a possibilidade de escrever e comunicar os resultados de sua pesquisa para platéias de todos os tipos e de todas as idades. Embora o ensino seja trabalho duro, é muito gratificante, pois os alunos fornecem uma fonte constante de estimulação. Finalmente, a maioria dos antropólogos biológicos faz a pesquisa no que é chamado de "campo", fora do laboratório convencional. Pesquisas de campo podem ter lugar em lugares distantes como países da América Latina, África, Europa e do Pacífico, ou em hospitais e parques zoológicos, por exemplo - em qualquer lugar que um problema biocultural interessante foi identificado. O "campo" é realmente o mundo todo!
Que oportunidades há para estudar Antropologia Biológica?
O Brasil o único programa de formação em bioantropologia (Mestrado e Doutorado) encontra-se na Universidade Federal do Pará, como uma das áreas de concentração do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, que é aberto a graduados e mestres de qualquer área do conhecimento.

Texto: Prof. Dr. Hilton Pereira da Silva - Programa de Pós Graduação em Antropologia - PPGA/UFPA
Foto: LEBIOS
Contatos e maiores informações através dos e-mails
arianabelem@gmail.com ou bioantropologiaufpa@gmail.com