quinta-feira, 6 de maio de 2010

Importantes discussões: Gênero e Diversidade Social, Sexual e Étnico-Racial


A importância da discussão sobre Gênero, que envolve a mulher e sua luta histórica de combate à submissão imposta socialmente, por melhores condições salariais e de dignidade humana, por direito a ter direito, por liberdade política e afirmação social tem uma relevância fundamental para a compreensão da realidade sócio-cultural da nossa sociedade, ainda marcada por um sistema social de relações patriarcais e amplamente paternalistas.
O preconceito social, a discriminação, a homofobia, o racismo, a segregação social, a desigualdade econômica, as diferenças entre os sexos, as inúmeras formas de orientação sexual, a masculinidade, a feminilidade, a homo-afetividade, as relações de poder que “moldam” comportamentos entre os grupos, os Direitos Humanos, os aspectos psicossociais de “valores” que reproduzem sintomas de apartheid social/sexual/cultural/moral na Escola e na sociedade, entre tantos outros, foram roteiros enriquecedores que, de fato, regulam a vida em sociedade e que causam verdadeiros “impactos” em debates que pretendem acalorar questionamentos que muitos nem ousam perguntar por “medo” das respostas, mas que, no entanto, são formas inquestionáveis de exercitar a crítica social no espaço educacional.
A sexualidade humana através da orientação diversificada e da constituição de direitos sexuais envolve o corpo tanto do homem quanto da mulher e possui diversos significados: simbólicos, sociais, culturais, psicológicos, emocionais, etc., que são dotados de desejos, prazeres, valores, sentimentos, identidades sexuais, direitos públicos e privados e, principalmente, englobam dimensões que são construídas ao logo do tempo histórico (que é dinâmico, mutável, pós-moderno) que, simbolicamente, resguardam para cada ser humano, a possibilidade de um reconhecimento coletivo da liberdade de ir e vir e da convivência social harmônica, do desenvolvimento de habilidades culturais e da compreensão da realidade social que analisa o mundo como diverso, diversidade que deve envolver a Escola e que através de "modelos de conduta", deixam transparecer "efeitos de verdade" com o intuito final de ressignificar histórias pessoais através do olhar reflexivo do combate à violência e da discriminação sexual, social, moral e cultural na atualidade.
As análises sobre o cotidiano escolar e a sexualidade, de um modo geral, possibilitam enxergar nuances sobre o que vem a ser Sexualidade e que estão na ordem do dia, porém, de maneira "incipiente", ainda dominada por determinados padrões de comportamentos arcaicos que envolvem “dogmas” até mesmo de um "puritanismo" que engessa e torna a realidade velada sobre o problema em questão, todavia, é urgente que a Escola, através da representação do Estado, protagonize o tema e suas variantes para que inúmeros conceitos e pré-conceitos sejam esclarecidos, como, por exemplo: dúvidas sobre prevenção de DST's, tabus sobre homossexualidade, gravidez na adolescência, o amor, a paixão, o conhecimento do corpo e do “outro”, o namoro, o casamento, a paquera (ou na "linguagem atual", o "ficar"); AIDS, métodos anticonceptivos, respeito mútuo, combate à discriminação homofóbica, discussões sobre preconceito sexual, planejamento familiar e social, “cultura” machista, padrões de comportamento, etc., afinal, discutir a sexualidade é discutir a Vida (direito fundamental do ser humano garantido por Lei). É preciso analisar o preconceito sexual, a violência contra a orientação sexual "homo", a discriminação social e sexual, a exclusão e o rechaço de grupos ditos "minoritários" (e que, na verdade, compostos por um sem número de pessoas) e, especialmente, analisar o amor ao outro, o respeito entre os grupos, o ser tolerante e, sobretudo, conviver em harmonia com todos os sujeitos sociais que compõem a grande massa de cidadãos-trabalhadores que foram culturalmente "educados" sob a pecha do machismo, do behaviorismo e de atitudes que, ao contrário de combater o ódio social contra o que a sociedade "intitula" de "diferente" ou "anormal", aprofundam ainda mais a reprodução do preconceito e da falta de informação que condiciona o "padrão" coercitivo que culminam nos fatos da injustiça social e da negligência intelectual e política e que na, verdade, precisam de uma "libertação social" que tanto buscamos e que, por vezes, nos acomodamos por motivos diversos.
As idéias, provocações, interatividade, assuntos e discussões apresentadas ao longo do curso de aperfeiçoamento viabilizaram substancialmente o debate acerca das relações sobre gênero e diversidade em seu sentido amplo, trilharam caminhos de uma construção social que deve ser abordada na Escola a fim de nos tornarmos multiplicadores e facilitadores das questões indicadas e que permeiam um caráter sui generis da sistematização de resultados de combate a qualquer doutrina de intolerância, racismo, preconceito social e sexual, homofobia e violência contra a mulher para que, finalmente, os Direitos Humanos sejam aplicados e a manifestação de valores de respeito às diferenças e de igualdade jurídica, social, cultural, econômica e moral possam se tornar realidade.

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