As Políticas Públicas que discutem "Gênero" são ações afirmativas que desencadeiam uma série de informações, processos, atitudes e mudanças de comportamento que historicamente foram relegadas "à segunda ordem", mas que, entretanto, hoje moldam a paisagem de um movimento que é feito "de mulheres", "para as mulheres", "pelas mulheres" e que formam, desse modo, um "modus operandi" diferenciado, qual seja, o de uma maior sensibilização da sociedade na luta cotidiana pela inclusão da mulher em todos os campos de atuação social quer seja na educação, saúde, sistema jurídico, político, econômico e cultural do país, para que, finalmente, a "igualdade" possa ser uma doce realidade.
A campanha "Quem Ama Não Mata" é um sintoma desse movimento. Um alerta. Uma "bandeira" que deve ser hasteada diuturnamente com o intuito de dirimir os índices de violência doméstica no Brasil e também com o dever de dividirmos informações sobre as "táticas" de combate a maus tratos, assédio moral e físico, ao machismo, ao racismo - institucional e declarado - e a todas as formas de opressão e tolhimento social da liberdade humana.
O exercício da cidadania de cada uma de nós, mulheres, na busca de direitos, especialmente, dos direitos ao acesso à saúde da mulher brasileira e sobre o seu corpo, é um longo caminho que, com alguns resultados iniciais, como: Campanhas de Prevenção do Câncer de Mama e Colo, HIV, Anemia Falciforme, Sífilis, etc., Assistência à Saúde da Mulher nas redes municipais e estaduais, entre outras, podemos considerar que o debate e a crítica social tem um papel fundamental nessas ações, ainda que incipientes, contudo, o "modelo" de assistência precisa de muito trabalho pela frente...
Numa recente pesquisa sobre a Saúde da População Negra no Brasil observei que existem protocolos, manuais, folders educativos, campanhas, livros e ações em saúde para negros e negras no Brasil, mas que as pessoas ainda tem dificuldade de "falar a respeito" de sua "cor", de sua "raça" e de "status quo" imposto socialmente, não por "medo" ou "receio" propriamente dito, mas porque, simplesmente, "nunca se discutiu" ou, quando se discute, os círculos são restritos, ou seja, não abrangentes como em escolas, universidades, comunidades, hospitais, igrejas, trabalho...
O que se quer e o que de fato necessitamos é falar a respeito dessas políticas e atitudes, sobre o racismo à brasileira (Roberto DaMatta), sobre a violência e sobre os processos de humanização que precisam ser implementados de forma eficiente para que as pessoas tenham uma participação política e social como direitos garantidos e discutam Sexo, Sexualidade e Gênero "sem medo de ser feliz"...
Texto: Ariana da Silva.
Foto de Inara Cavalcante: Ariana, D. Raimunda e Joana Carmem, "em campo", no VI Encontro de Mulheres Negras Quilombolas do Estado do Pará, Município de Acará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário