Espaço destinado a discussões, comentários, informações e dados a respeito do Meio Ambiente Amazônico, com o objetivo de divulgar fatos ocorridos através dos conflitos sociais e das conquistas dos trabalhadores que habitam a região, além de indicar a Educação Ambiental como um dos caminhos de preservação da Amazônia e do Ser Humano.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Histórias de morte social, racismo e gênero na Escola Pública
Histórias de morte social, racismo e gênero na Escola Pública - por Ariana da Silva*
O bairro “periférico” de Val de Cans, na cidade de Belém do Pará, protagonizou nos três últimos anos episódios marcantes em duas Escolas Públicas da Rede Estadual de Ensino, Renato Condurú e Antonio Moreira Júnior, entrando para estatística do lugar comum da violência envolvendo jovens marginalizados pela desigualdade e estigma social. No Moreira um casal de alunos, flagrados em pleno ato sexual no banheiro masculino, divulgado posteriormente no Site de vídeos You Tube, ocasionou a morte social da aluna em questão, tendo sido expurgada, humilhada e “desmoralizada” por toda a escola, reação inversa ocorrida com o aluno, exaltado por sua virilidade e performance sendo posteriormente popularizado entre os alunos. Na Renato o racismo feminino por discriminação em seu aspecto corporal, levou ao assassinato de uma aluna dentro da sala de aula por causa do seu “cabelo enrolado”, visto como sinal de diminuição da sensualidade feminina, sendo a algoz outra adolescente de 18 anos – e negra. Histórias diferentes, de violência física e simbólica, que refletem a categoria Gênero “Mulher”, protagonistas estigmatizadas que demarcam a diferença de tratamento entre “meninos” e “meninas” com o silenciamento e “isenção” da administração escolar. Desse modo, a necessidade de discutir as temáticas apontadas no artigo justifica-se pela forma como a juventude e sua respectiva sexualidade têm alcançado determinados “descaminhos” no espaço escolar. Assim o artigo pretende problematizar aspectos de observação e estranhamento sobre sexualidade, raça e gênero a fim de analisar as nuances sociais dos mesmos. A abordagem metodológica será pautada nos ensinamentos da Antropologia Social do “Olhar, Ouvir e Escrever”, espécie de métier do docente pesquisador que pretende se antropologizar englobando seus pares a partir da observação participante e que, como professora da Rede Pública (Moreira) e discente do Curso de Aperfeiçoamento sobre Gênero e Diversidade na Escola – GDE (UFPA) pretendo lançar mão da crítica social a respeito dos temas de maneira etnográfica, sensível e de “desconstrução” de valores inculcados culturalmente com o intuito de encontrar nas estruturas estruturantes da sociedade envolvida caminhos fecundos de interpretação do contexto social em que alunos e alunas da Escola Pública estão envolvidos.
* Bacharel e Licenciada Plena em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Especialista em Sociologia e Educação Ambiental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Docente da Rede Pública de Ensino do Estado do Pará, Docente Credenciada da Escola Técnica do SUS – ETSUS/Regional Pará, Discente do Curso de Aperfeiçoamento sobre Gênero e Diversidade na Escola (UFPA) em andamento (2009/2010).
Imagem: Pablo Picasso
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