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As relações entre os sujeitos históricos que convivem em sociedade são baseadas em um campo que envolve questões como: a religião (religiosidades), a disputa por um emprego no mercado de trabalho, vagas nas Universidades, desigualdades sociais, desnutrição, déficit na educação, crenças, ritos, valores, discriminações, mestiçagem e demais interações que complementam o status quo dos inúmeros rostos, lutas sociais e aflições da população brasileira.
No que diz respeito à ideologia da democracia racial no Brasil, como expõe Edward Telles em seu livro "Racismo à Brasileira" (2003)¹, as relações étnico-raciais estão baseadas em latentes desigualdades e são reforçadas por um discurso de igualdade praticamente inexistente. Entoando uma crítica à hipótese do "mito" democrático racial, o autor destaca as diferenças de oportunidades entre "brancos" e "negros", sobretudo nas relações econômicas, sociais e de acesso à educação, o que reflete sobremaneira na manutenção de uma segregação "à brasileira", pautada na "igualdade" prevista na Constituição Federal e que ainda é insignificante diante da intolerância racial e cultural da população negra, especialmente entre as mulheres, que sofrem a discriminação de gênero e de "cor", decodificando "lugares" de um abismo social entre ricos e pobres, "brancos" e "pretos".
O racismo é uma realidade brasileira e pode ser visto em qualquer lugar: em abordagens policiais a "suspeitos", em olhares desconfiados a "pessoas de cor" em lojas de "grife", em apelidos e estigmas dentro das escolas a alun@s negr@s, na própria condição de exclusão social em que a maioria da população que habita "favelas", "baixadas" ou "morros" está submetida e subjugada, como também nas ofertas de emprego a pessoas de "boa aparência" - leia-se "brancos" e "bonitos" -, em "brincadeiras" e "piadas" e inúmeras situações "rotineiras" que passam "despercebidas" por terem sido "naturalizadas" e, ainda, reforçam a reprodução de uma história desumana e absolutamente intransigente em nossa sociedade.
Relacionamentos inter-raciais são comuns, mas são vistos com discriminação. Nas escolas, o racismo existe, mas não é problematizado. As famílias brasileiras são mestiças, entretanto, o preconceito de "cor" é algo silencioso, simbólico, que paira numa atmosfera invisível, mas que está lá, em todos os cantos. Além do racismo contra negros, existe a segregação de indígenas pauperizados e descaracterizados em suas culturas, línguas, rituais e dignidade, um desrespeito sem medidas e que, no entanto, viraram "lugar comum" na destruição acelerada de nações e organizações sociais em relação à Sociedade Nacional.
É importante que façamos a discussão dos temas em sala de aula para desconstruir ações discriminatórias e de "separatismos" de raça e cor e enfrentar obstáculos diários para que, enfim, passamos compreender que a raça humana é uma só e ao mesmo tempo, diversa, que todos merecem respeito e oportunidades através da Escola e de políticas públicas de combate a toda forma de opressão social.
¹ Telles, Edward E. Racismo à Brasileira: uma Nova Perspectiva Sociológica. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
Texto: Ariana da Silva - Aperfeiçoamento em Gênero e Diversidade na Escola - GDE/UFPA/2010.
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