terça-feira, 27 de novembro de 2007

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA QUEM?


Educação ambiental é um ramo da educação cujo objetivo é a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos. É uma metodologia de análise que surge a partir do crescente interesse do homem em assuntos como o ambiente devido às grandes catástrofes naturais que têm assolado o mundo nas últimas décadas.
No Brasil a Educação Ambiental assume uma perspectiva mais abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso sustentável de recursos naturais, mas incorporando fortemente a proposta de construção de sociedades sustentáveis. Mais do que um segmento da Educação, a Educação em sua complexidade e completude.
A educação ambiental tornou-se lei em 27 de Abril de 1999. A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirma: "A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
A educação ambiental tenta despertar em todos a consciência de que o ser humano é parte do meio ambiente. Ela tenta superar a visão antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de tudo esquecendo a importância da natureza, da qual é parte integrante.
"A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa têm a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação."
"A educação ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida
"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade."
Art. 1o da Lei no 9.795 de abril de 1999
"Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política.
Fonte: Wikipedia

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Aquecimento Global


IMAGEM DO DIA

Aquecimento Global

A locução aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Se este aumento se deve a causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provado que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. O Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC - (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que grande parte do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases estufa de origem antropogênica (incluindo, para além do aumento de gases estufa, outras alterações como, por exemplo, as devidas a um maior uso de águas subterrâneas e de solo para a agricultura industrial e a um maior consumo energético e poluição).
Fenômenos naturais tais como variação solar combinados com vulcões provavelmente levaram a um leve efeito de aquecimento de épocas pré-industriais até 1950, mas um efeito de resfriamento a partir dessa data. Essas conclusões básicas foram endorsadas por pelo menos 30 sociedades e comunidades científicas, incluindo todas as academias científicas nacionais dos principais países industrializados. A Associação Americana de Geologistas de Petróleo, e alguns poucos cientistas individuais não concordam em partes.
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100. A variação dos valores reflete no uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. Apesar de que a maioria dos estudos tem seu foco no período de até o ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que os níveis de gases estufa se estabilizem. Isso reflete na grande capacidade calorífica dos oceanos.
Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar e em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas. Podem também haver alterações nas freqüências e intensidades de eventos de temperaturas extremas, apesar de ser difícil de relacionar eventos específicos ao aquecimento global. Outros eventos podem incluir alterações na disponibilidade agrícola, recuo glacial, vazão reduzida em rios durante o verão, extinção de espécies e aumento em vetores de doenças.
Incertezas científicas restantes incluem o exato grau da alteração climática prevista para o futuro, e como essas alterações irão variar de região em região ao redor do globo. Existe um debate político e público para se decidir que ação se deve tomar para reduzir ou reverter aquecimento futuro ou para adaptar às suas conseqüências esperadas. A maioria dos governos nacionais assinou e ratificou o Protocolo de Quioto, que visa o combate à emissão de gases estufa.

Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ECOLOGIA HUMANA COMO CRÍTICA


A ecologia humana é uma multidisciplina que surgiu como necessidade à setorização das ciências e representa uma tentativa de reintegrar o homem à natureza totalizante. A expansão do capitalismo a partir do século XVIII (Revolução Industrial) como critério econômico aceito mundialmente, tem causado conseqüências humanas e ambientais desastrosas em nome da “racionalidade” do crescimento das sociedades dominantes, sendo que a ecologia humana tenta examinar o custo-benefício desses efeitos em sua totalidade.
A área de extensão da floresta Amazônica contribui para a sua proteção e sua destruição ao mesmo tempo, pelo fato de ser inacreditável que uma imensidão de mata (de 2,96 a 4 milhões de quilômetros quadrados), possa ser devastada. Todavia, até 1970 apenas 5 milhões de hectares haviam sido derrubados, sendo que em 1988, já somavam 25 milhões de hectares, porém a área desmatada não aumentou a produção de alimentos à população brasileira.
A aventura de “desenvolver a Amazônia” nos últimos 25 anos, de fato, foi uma transferência de riqueza da União para um pequeno grupo de empresários nacionais e internacionais. A ecologia humana com sua interdisciplinaridade preocupa-se com os grupos dentro da sociedade e com os efeitos de comportamento no meio ambiente físico.
O surgimento de pressões sobre os recursos quando o crescimento populacional é intenso tem possibilidades de soluções, como: incentivo ao controle populacional; incentivo de divisão de terras e ampliação da capacidade industrial nas cidades ou abrem-se novas áreas de colonização em regiões “não-ocupadas”. O Brasil escolheu a colonização como solução e já começa a sentir suas conseqüências, pois foi mais fácil politicamente ocupar a Amazônia em vez de aumentar os impostos do Nordeste e do Sul do país: os grandes proprietários tentam evitar a coleta de impostos e, sem impostos, não existe economia eficiente, principalmente quando são gastos de forma ineficiente.
O estudo dos solos da Amazônia foi concluído juntamente com trechos da Transamazônica, como a Itaituba-Humaitá, sendo considerada ao longo de sua extensão como imprópria à agricultura, enquanto que no trecho Marabá-Altamira, os produtores perdiam sua produção pela inconclusão da estrada. Os prejuízos poderiam ter sido menores se tivessem utilizado nessas áreas uma visão de sistema ecológico humano, pois dos 5.400 quilômetros de extensão da Transamazônica, somente 1.000 quilômetros são transitáveis e em período de estiagem, sendo anualmente reparados no período chuvoso.
As conseqüências da colonização de fronteira são o despovoamento da região, a dizimação da população indígena e a ocupação militar e geopolítica da sociedade dominante, sendo que o número de ocupantes não chega ao de índios que habitavam a região na época pré-colonial. O desmatamento expõe os colonos a arbovírus, retrovírus, protozoários e leishmanioses que ocorriam em ciclos silváticos e que, com o desmatamento da floresta, o homem passou a ser o principal transmissor, aumentando os índices de mortalidade e morbidade na região. O sarampo poderia ser evitado em até 75% dos casos através de vacinas, mas continua a dizimar as populações indígenas em contato. A malária só será controlada quando as autoridades exigirem dos exploradores de minerais que cavam buracos e formam novos focos de contágio, que façam a recobertura obrigatória desses criadouros, o que poderá frear a descontrolada busca de metais preciosos na região.
A área desmatada para “botar capim” até 1988 ocupava cerca de 10 milhões de hectares em fazendas de pecuária, que com incentivos fiscais da SUDAM chegaram a 631 projetos com uma média de 24.000 hectares por fazenda, sendo que somente 92 desses projetos atingiram sua meta, o restante deixou um déficit de 700 milhões de dólares que não foram investidos em saúde, educação e transportes.
O custo ambiental foi devastador à Amazônia e à União, que não possui uma visão ecológica dos sistemas humanos: as chuvas da região são absorvidas por ela mesma e com o desmatamento, já existe uma queda pluviométrica considerável, o que poderá causar danos futuros. A Amazônia possui solos com drenagem elevada e períodos longos de estiagem (seca), o que dificulta a plantação de alimentos em 54% de suas áreas, sendo que o impacto hidrológico na região é de interesse geral.
Apesar das áreas desmatadas, não houve desenvolvimento econômico, pelo contrário: a população infantil está desnutrida, os índios continuam morrendo sem assistência médica e o homem amazônico permanece sem valorização política. O sistema de concentração de terras é o mesmo do resto do país e sem uma consciência moral da importância da justiça social a da necessidade de uma racionalidade ecológica, essa realidade não mudará. Não é necessário destruir a floresta para explorá-la: a política deve levar em conta a necessidade de alimentação, de saúde, de trabalho com salário digno e preservação de áreas verdes e a ecologia humana é um subsídio científico à compreensão dessas relações complexas do homem na Amazônia.


Resumo apresentado por Ariana da Silva na disciplina de mestrado em antropologia da UFPA: "Ecologia Humana, Sustentabilidade e Globalização", texto: MORÁN, Emílio F. A ecologia humana das populações amazônicas In: Ecologia Humana Como Crítica. Petrópolis - RJ: Vozes, 1990. p.p 283-294.

IMAGEM DO DIA


segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O QUE É O MESTRADO??



PARTE I:



MELHOR FUGIR DELE...

O QUE É O MESTRADO?

PARTE II


IMAGEM DO DIA...


O MESTRADO SOU EU!

domingo, 7 de outubro de 2007

O HOMEM E O MEIO AMBIENTE


O homem e o ambiente amazônicos estão ameaçados, assim como sua complexa biodiversidade, que tem sofrido uma acelerada degradação ambiental e humana, alargando o processo de desequilíbrio ecológico e as desigualdades sociais da região.
A sociedade contemporânea (tradicional e conservadora) estigmatizou a Amazônia – que possui uma área legal de aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados –, como de natureza homogênea, descaracterizando e excluindo suas populações nativas e seu caráter de ambiente físico e humano que por si só, é heterogêneo e sua diversidade reflete sua condição.
A complexidade da Região Amazônica e sua variabilidade ambiental, através de processos históricos, como: contato interétnico, missões ecumênicas e intervenções estatais, entre outros, moldaram uma estrutura populacional diferenciada, sendo que desde o século XVI, quando os europeus começaram o processo de dizimação das sociedades indígenas, com o advento de epidemias e extermínios indiscriminados – primeiro na várzea e segundo, em terra firme – (século XVIII) –, deterioraram a vasta quantidade de indígenas que ocupavam as margens dos rios ao longo dos séculos.
A mão-de-obra indígena durante a era da borracha (século XIX), perdeu relevância econômica na extração do látex e os índios foram expulsos de suas terras violentamente, passando da condição de escravos a indolentes. Dados informam que atualmente sobrevivem no Brasil cerca de 230 mil indígenas, sendo que 60% deles estão localizados na Região Amazônica (RIBEIRO, Darcy. 1970). Mesmo assim, a adaptação dessas populações sobrevive aos mais conturbados períodos e métodos desumanos de expropriação.
Compreender e caracterizar o processo de interação entre o homem/ambiente físico são, entre outros, objetivos da ecologia humana, que entende como adaptação humana critérios que englobam desde seu meio ambiente físico propriamente dito, até seus períodos históricos, envolvimentos sociais, conotação políticas e condições econômicas, que fazem parte de um conjunto de adaptabilidades que são correlatos, estabelecendo, além disso, fatores que envolvem também a plasticidade biológica e cultural do homem, que é capaz de moldar-se a uma diversidade excepcional de variações climáticas: quentes ou úmidas, secas ou desérticas, sendo que, as adequações e as relações de uso e conservação do meio ambiente físico e critérios de utilização de recursos naturais, sempre foram relações imperfeitas, onde os processos de adaptação, reprodução, modificação genética e uso racional/manejo florestal, são etapas de sua adaptabilidade.
Como vimos a adaptação envolve tempo e interação, além do indivíduo, do grupo doméstico, da sociedade e da espécie, sendo compreendidas em um nível específico. A ecologia humana – interdisciplinar e multidisciplinar – absorve o entendimento do comportamento adaptativo em suas formas físicas, políticas, sociais e econômicas, com etapas de adaptabilidade e não-adaptabilidade. Determinados indivíduos em sociedade criam organismos desiguais de competição e exploração entre os grupos, todavia, os mitos e crenças – heranças rituais de nossas origens – criam obrigações de cooperação que ultrapassam os limites da fome e de outros processos de extremidades sociais.
Segundo o autor (MORÁN, 1990), somos produtos de nossa história cultural e política e a cada dia enfrentamos dificuldades adaptativas na sociedade moderna contemporânea.
O distanciamento do homem e do seu ambiente físico, o consumismo influenciado pela mídia, a ideologia de um mercado que atrai sistemas de distribuição de renda desiguais, a imposição de valores urbano-industriais em detrimento de valores econômicos e culturais das áreas rurais e a maximização do individualismo constroem mecanismos que aceleram demasiadamente os baixos níveis salariais e de saúde, alargam os abismos sociais e deterioram a sociedade.
A cultura de populações amazônicas e suas experiências históricas levam a ecologia humana a um enfoque: como preservar a natureza (Amazônica e em geral) sem, necessariamente, deteriorá-la ou modificá-la de maneira contundente?
O estudo do ecossistema é definido como as espécies que vivem num ambiente físico e abiótico e as relações funcionais e estruturais que existem entre elas e em última análise, é o contexto geral onde ocorre a adaptação humana. Tais processos envolvem mudanças (difusão cultural), variações valorativas, resistências biológicas habitacionais (mobilidade/sedentarismo), processos epidemiológicos e nutricionais e dependência – ou não – da sociedade nacional através de descaracterização dos costumes locais.
Apesar disso, autores como Chagnom (perspectiva sócio-biológica) e Marvin Harris (teoria do materialismo cultural) não observaram a interação entre o homem e o ambiente físico como elemento fundamental das relações materiais, que é o comportamento humano em toda a sua variabilidade, objeto de estudo da ecologia humana, que compreende que o ambiente de um indivíduo ou de uma população inclui um conjunto de pressões materiais físicas, humanas e sociais e que, sem dúvida, a Amazônia é um dos caminhos à reconceitualização da pesquisa sobre as relações homem/ambiente, retirando o rótulo de natureza homogênea, valorizando suas raízes culturais, sua adaptabilidade diversificada, o conhecimento do ambiente físico de que fazem parte e sua riqueza heterogênea de valores, tradições, saberes e possibilidades de manejo sustentável.
A Amazônia é a região mais cobiçada do planeta por sua indiscutível diversidade biológica e ambiental, contudo, sem que possamos compreender os processos do comportamento humano de suas populações e adaptabilidades, através da ecologia humana e de suas antropologias (ecológica, social e cultural), tenderemos a observá-la de forma imparcial e recairemos no erro científico de determinismos que não envolvem sua relação total de interação entre o homem e o ambiente físico e suas inúmeras interpretações.
A valorização cultural dos povos da floresta e suas resistências e experiências históricas de adaptações aos mais distintos processos de expropriação pelos mecanismos positivistas, são caminhos que devemos tomar como pistas (hipóteses) científicas eficazes na manutenção da interação entre o homem e o meio ambiente, a fim de proporcionar modelos ecossistêmicos equilibrados, formas de exploração racional (manejo/extrativismo natural) e conhecimento popular (empírico), que possa transmitir à ciência novas maneiras de observar a realidade local do grupo, da comunidade, das populações e do indivíduo, além da reestruturação de saberes que identificam o homem em relação ao seu habitat e à sua cultura local, facilitando a compreensão da interação ampla em sua diversidade e ocupando a floresta de forma racional.
Resumo apresentado por Ariana da Silva na disciplina: Ecologia Humana, Sustentabilidade e Globalização", Mestrado em antropologia, UFPA.

sábado, 29 de setembro de 2007

ECOLOGIA HUMANA: O ANTES E O AGORA


A Evolução detalha com propriedade os caminhos, teorias, experimentos e adaptações com que os organismos (espécies vegetais e animais) sofreram alterações (mutações) ao longo do processo de desenvolvimento da vida no planeta até o surgimento dos humanos nos mais diversos ambientes.
A teoria da evolução de Darwin, entre todas as outras, é a contribuição mais evidente do conhecimento evolutivo (melhoramento genético) de que se tem notícia. De acordo com sua idéia de Seleção Natural (a partir de Darwin), os Neo Darwinistas criaram hipóteses baseadas em experimentos genéticos que datavam o processo evolutivo em milhões de anos de acordo com cada novo achado fóssil, aperfeiçoando o que conhecemos como a “Origem das Espécies” (Darwin, 1859).
A explicação científica sobre as mais diversas formas de adaptabilidade, desde a sobrevivência do mais apto até os mecanismos de seleção (estabilizadora, direcional ou sexual), o gradualismo, o equilíbrio intermitente, o deslocamento de características e a radiação adaptativa, fazem parte de perspectivas evolutivas significativas para as condições e origens humanas.
As metodologias adotadas para tentar esclarecer os comportamentos biológicos, fisiológicos e organizacionais das espécies, registram uma gama de complexidade da reprodução, alimentação, especiação e conseqüente surgimento dos primeiros primatas ancestrais que conhecemos datados de 50 milhões de anos AP, aproximadamente.
A evolução proposta pelos estudiosos a partir dos séculos XVIII E XIX, contém características ainda ocultas, indissolúveis momentaneamente, com pontos e interrogações sem esclarecimentos, o que impulsiona antropólogos, biólogos, naturalistas e diversos profissionais a aprofundarem suas pesquisas para desvendar os mistérios que a ciência tanto questiona: “os elos perdidos” existentes.
O fato do Homo Sapiens ter provavelmente surgido no Leste da África (“Monogênese Africana”), através do que Darwin classificou como: “... um habitante... peludo, quadrúpede e arbóreo em seus hábitos”, ainda hoje é a possibilidade mais aceita entre os pesquisadores, entretanto, novos achados de da espécie Homo Erectus na China (“Hipótese Multiregional”), criam um clima de incerteza na comunidade científica.
Os primatas arbóreos do Paleoceno (símios/”apes”/hominóides), sofreram radiações adaptativas que, ao longo da “Era dos Símios” (de 25 à 6 milhões de anos AP), divergiram em dois grupos distintos: os pongídeos (grupo de gorilas e chimpanzés modernos) e os hominídeos (humanos modernos e ancestrais), o que possibilitou o surgimento da espécie humana, a cerca de 500.000 à 100.000 anos AP.
Se considerarmos as escalas evolutivas em seu valor tempo, verificaremos que a espécie humana é um primata muito recente (o mais antigo ancestral é datado de 4,4 milhões de anos AP) e é provável que ainda estejamos em processo constante de evolução e adaptação humanas: ambientais, biológicas, comportamentais e culturais.
A “linha reta” evolutiva é ramificada por vários pontos de divergência, mas segue quase em uma lógica entre os nossos ancestrais comuns (6 milhões de anos AP), passando, em síntese, por Australopithecus Anamensis, Africanus, Homo Habilis, Erectus, até chegar, finalmente, ao Homo Sapiens (espécie humana atual).
A classificação acima é fruto de um longo processo de evidências fósseis e testagens genéticas que são baseadas em possibilidades reais, contudo, ainda são histórias indefinidas, sem conclusão exata, devido à constante busca por novas evidências e a cada fóssil encontrado, é provável que a escala evolutiva seja modificada e as dúvidas existentes, finalmente respondidas.
A vida humana é absolutamente complexa, pois além das mutações (melhora adaptativa) e das aquisições genéticas e comportamentais, temos também a presença do meio ambiente (amplamente modificado, como no período da Pangea ou da Era Glacial) e o processo de apropriação do que conceituamos como cultura (adquirida e repassada às gerações posteriores) e que se encontra em uma escala rica e diversificada em todos os cantos do planeta.
O ser humano (Homo Sapiens), com sua sabedoria, crânio arredondado, dentes e mandíbulas pequenas e face delicada, conseguiu transformar a natureza com intensidade, modificou a paisagem, tornou-se nômade, descobriu a agricultura, promoveu a caça, inventou ou deparou-se em algum momento com o fogo, desenhou novas tecnologias, diversificou a cultura, espalhou-se por todo o planeta, constituiu famílias, clãs, comunidades, cidades, Estados, Nações e adquiriu direitos políticos e sociais, alimentou-se de forma onívora, proliferou-se, enfrentou tempestades, o frio glacial, a aridez dos desertos, a formação de montanhas e adaptou-se aos mais remotos continentes, até tornar-se, definitivamente, humano.
A antropologia contribui na identificação da evolução humana, buscando sempre o estranhamento de novos fósseis e novas possibilidades de explicação à Origem das Espécies. O “antes” e o “agora”, como diriam KORMONDY e BROWN, sempre estarão em debate entre os pesquisadores. O passado e o presente poderão desvendar nossa vida futura: o equilíbrio ecológico, as guerras, as epidemias, as doenças sociais, as diferenças culturais, novas formulações e até mesmo, o aperfeiçoamento/melhoramento constante da espécie humana.
O Homo Sapiens representa um salto qualitativo na evolução das espécies e nossos ancestrais continuam a ser objeto de estudo a fim de propor idéias inovadoras no foco antropológico.
Desse modo, podemos dizer que, provavelmente, encontraremos muitos elos entre o passado e o presente e a caracterização da espécie humana seguirá uma escala evolutiva em transformação contínua, enriquecendo assim a ciência, a vida, a contemporaneidade, a adaptabilidade e o próprio homem.
A sobrevivência da espécie humana passou por períodos de planejamento, batalhas, modificações ambientais, hereditariedade, crescimento e decréscimo populacionais, fatores geográficos/geológicos e o surgimento de civilizações e sistemas de competições físicas e políticas e hoje, de fato, estamos em um processo constante de conhecimento da humanização: sociológica, biológica, cultural e antropológica, com o intuito da perpetuação do homem pelo homem, pelo meio ambiente (degradado constantemente) e pela possibilidade de uma cultura do fortalecimento e do reconhecimento da espécie humana como um todo, sem fronteiras ou barreiras que possam tornar indigno qualquer indivíduo da ramificação Homo Sapiens.
A Ecologia Humana possibilita um amplo debate acadêmico, pois sua interdisciplinaridade envolve conceitos da natureza, do homem, da cultura, da sociedade e as linhagens modernas e ancestrais dos primatas, cenário cativante e favorável à pesquisa que pretendemos: antropológicas, ecológicas, sociais e humanas, a fim de delimitar, através da ciência e do conhecimento, hipóteses e interpretações de culturas e comportamentos sociais em constante evolução.
Resenha apresentada por Ariana da Silva no Curso de Mestrado em Antropologia (UFPA), disciplina: Tópicos Temáticos: Ecologia Humana, Sustentabilidade e Globalização, Setembro/2007.

CONCEITOS BÁSICOS EM ECOLOGIA

A Ecologia Humana explica a investigação científica sobre temas, como: Ecologia – “o estudo da casa”, “corpo científico em sua relação com a economia da natureza” (Haeckel), além de outros conceitos, que são: ecossistema – “... todo o sistema físico que forma o meio ambiente” (Tansley); os sistemas – dois ou mais componentes que interagem (ou não) com o meio ambiente; produtores autótrofos (grupos clorofilados), consumidores heterótrofos (herbívoros – “comedores de plantas”, carnívoros – “comedores de carne” e onívoros – “comedores de tudo”) e decompositores heterótrofos (fungos e bactérias), que através da energia solar, do fluxo enérgico e ciclagem de nutrientes, compõem o que conhecemos como a organização dos ecossistemas.
Através de seus nichos (papéis ecológicos) e do seu hábitat (lugar de execução), os ecossistemas produzem espécies variadas (indivíduos), formando populações e comunidades dentro do bioma (sistemas complexos de ecossistemas). No tempo e no espaço os ciclos se reproduzem e a vida biológica do planeta permanece.
A rede alimentar desses sistemas cíclicos é produtora e consumidora de energia, capaz de reciclar nutrientes e de transformar os movimentos fotossintéticos de energia radiante para energia química. A natureza humana – e vegetal – torna-se, dessa forma, estruturada em conjunto de particularidades que compõem a ecosfera (biosfera), que estão interconectadas e interligados através dos ciclos e do feedback homeostático de auto-regulação composta pelos ecossistemas que são discutidos pela ciência da ecologia.
Atualmente o termo ecologia possui variadas formas de interpretação, entretanto, o que entendemos como ecologia propriamente dita, está relacionada ao estado do Ecos: dos ecossistemas, dos sistemas naturais e humanos, portanto, culturais, dos ciclos e cadeias alimentares e, além disso, de compreensão do meio ambiente, através de reconhecidos papéis, lugares, comunidades e vertentes ecológicas (conservacionistas, preservacionistas ou mesmo, via desenvolvimento sustentável).
As variadas populações (espécies vegetais e animais, incluindo o homem), possuem características e comportamentos que estão intimamente relacionadas à adaptabilidade ambiental que as cercam: dos trópicos ao ártico, todos os seres vivos absorveram dinâmicas e fluxos de energia e sobrevivência de maneira funcional: morfologicamente, fisiologicamente e socialmente, capturando recursos alimentares e constituindo culturas de forma diversificada.
O meio ambiente e seus respectivos ecossistemas foram os fatores aglutinadores e delimitadores da atividade humana (e ecológica) durante todo o processo produtivos dos primatas até os dias atuais e a ecologia como ciência inovadora, comporta conceitos que nos permitem discussões a respeito de variados temas, assim como: natureza, espécies, funções ecossistêmicas, estruturas, organização, energia, elementos bióticos/abióticos, comunidades ecológicas e inúmeros outros conceitos que englobam o estudo da morada (da casa), da nossa casa, da nossa sociedade e do nosso planeta Terra.
O homem em contato com a ecologia e a regularidade dos ciclos de sobrevivência, trilhou caminhos extraordinários de transformação da natureza: humana e natural e através da constituição de uma cultura ecológica, foi capaz de apropriar-se do meio ambiente e dos seus componentes orgânicos e inorgânicos, sendo eficaz na produção de conhecimento e controle dos organismos vivos e não-vivos de maneira significativa.
A observação, experimentação e compreensão dos sistemas vivos e respectivas adaptabilidades, possibilitaram ao ser humano a detenção de fatores de reprodução, amadurecimento e dispersão espacial e temporal dos ecossistemas e as definições conceituais sobre a natureza e seus elementos transformadores, facilitou o processo de humanização da ecologia, onde o homem é seu maior predador e, consequentemente, possui a capacidade de moldá-las de acordo com suas necessidades mais urgentes.
À medida que o homem se apropria da natureza, cria ciclos cada vez mais complexos: o advento da agricultura, da fábrica, das disputas sociais, da demarcação de terras (ribeirinhos, indígenas e etc.), da criação de leis, da luta pela reforma agrária e por direitos sociais, da concretização de uma cultura e valorização de raízes étnicas, éticas e humanas, são atitudes que cercam a ciência ecológica e que compõem o pano de fundo para as Ong’s, partidos políticos, representações sindicais, “tsunamis sociais” contra o aquecimento global (efeito estufa), capitalistas e defensores da natureza, em um emaranhado rico e conflitante em busca de soluções para os problemas de degradação do meio ambiente, da cultura, da sociedade e do ser humano.
Todos esses temas são incansavelmente estudados pela antropologia que, através dessa gigantesca conectividade, o homem faz parte e é integrante da natureza, um ator social com inteligência suficiente para transmutar valores e tratar a natureza como ela de fato merece ser tratada, com respeito e equilíbrio e é o que devemos construir: um ser humano “humanizado”, sensível e “ecologicamente correto”, capaz de compreender o ecossistema de uma lagoa e seu próprio ecossistema.

Resenha apresentada por Ariana da Silva no Curso de Mestrado em Antropologia (UFPA), disciplina Tópicos Temáticos: Ecologia Humana, Sustentabilidade e Globalização, Setembro/2007.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pescador amazônico


Queimada


Educação Ambiental


Atualmente o estudo do Meio Ambiente Amazônico e suas relações com o Homem e a Sociedade vem sendo tema de inúmeras discussões a respeito das condições econômicas, sociais, políticas, culturais e naturais sobre a preservação, conservação, degradação e o chamado "desenvolvimento sustentável" que tanto buscamos nesse emaranhado de conflitos e histórias de vida em defesa da floresta amazônica e de seus saberes.

O blog sobre Educação Ambiental busca esclarecer esses conceitos, onde buscamos ampliar o debate e divulgar temas relacionados aos que procuram, através da educação, buscar caminhos que nos levem a soluções sobre o equilíbrio da floresta em todas as suas variabilidades.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Amazônia

Blog criado com o intuito de trocar informações a respeito da Educação Ambiental em Belém do Pará: Ong´s, Seminários, Palestras, Consultoria, Cursos, Teatro e demais atividades relacionadas.